As costureiras de antigamente eram conhecidas e reconhecidas por suas ‘mãos de fadas’ e donas de um poder incrível de transformar simples tecidos nas roupas dos sonhos de seus clientes, principalmente as mulheres, que folheavam as velhas revistas de figurinos e escolhiam os modelos que usariam naquele encontro ou ocasião especial.
Considerada uma das profissões mais antigas, sua desvalorização foi inevitável com a presença massiva de máquinas e grandes indústrias têxteis para a produção de roupas.
As encomendas diminuíram diante da comodidade de entrar em uma loja, escolher o estilo e ter a peça pronta para vestir em poucos minutos.
No entanto, uma circunstância adversa voltou a colocar em evidência o trabalho dessas profissionais: a pandemia provocada pela chegada do coronavírus.
E não foi apenas o fechamento do comércio que forçou a clientela a buscar ajuda das costureiras para a confecção de roupas ou para pequenos reparos. Um novo produto por elas confeccionado ganhou força e passou a ser disputado pela população: as máscaras de tecido.
A procura foi tão grande que em Rio Claro até mesmo costureiras voluntárias se uniram para atender a demanda. Em maio, cerca de 130 profissionais se uniram para confeccionar em apenas dois dias mais de 45 mil máscaras para profissionais de saúde, do setor de segurança e também moradores carentes.
Essa corrente do bem foi criada virtualmente, com iniciativa da União de Amigos (Udam) e pelo Grupo Mais Vida. “Estou ajudando na confecção de máscaras para a UDAM e me sinto muito grata por poder contribuir um pouco nesse momento tão difícil para toda a humanidade. Esse trabalho traz uma sensação de paz e de pertencimento a esse movimento humanitário. Muita gratidão”, declarou a voluntária Beatriz Ferreira ao Diário do Rio Claro, em entrevista publicada no mês de maio.
Também a Unimed fez questão de reconhecer o trabalho de sua costureira. “Momentos desafiadores nos fazem valorizar ainda mais profissões tão importantes quanto a de costureira”, ressaltou a direção do hospital ao mostrar em postagem nas redes sociais no mês de maio, a costureira Fátima Lacerda, no Hospital Unimed, “produzindo nossas máscaras para que possamos continuar na linha de frente cuidando de quem mais importa: você”.
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