No universo das cortinas e persianas, o trilho dominava como o principal recurso de instalação e, por isso, o cortineiro reinava como um recurso frequentemente adotado para garantir a estética e finalizar a instalação, resultando em um décor mais elegante. Com o advento das cortinas de varão – sistema pensado justamente para ficar evidente –, pensou-se até que eles cairiam em desuso.
Mas a resposta é não: o cortineiro segue como um forte elemento para um acabamento primoroso, ocultando, inclusive, pequenos detalhes indesejados e que não precisam ficar perceptíveis no ambiente. Comumente executado em gesso ou drywall, quando acompanham o projeto do forro, ou de madeira, geralmente é instalado acima da janela ou ao longo da parede próxima a ela. Junto com a questão funcional, características específicas o tornam mais um recurso a ser destacado no projeto de arquitetura de interiores.
As arquitetas Vanessa Paiva e Cláudia Passarini, sócias do escritório Paiva e Passarini Arquitetura, são adeptas dos cortineiros e os empregam regularmente, pois consideram que eles não apenas realçam a discrição, mas também conferem economia, devido à simplicidade de sua instalação. “Eles representam uma opção vantajosa para aqueles que desejam evitar o uso de varões ou ilhós, buscando um efeito mais sutil na disposição das cortinas” explicam as profissionais.
Acompanhe o detalhamento sobre os tipos de cortineiros:
1. Embutido
Neste tipo de cortineiro, as profissionais revelam a importância de considerar um vão entre a esquadria e o forro com a finalidade de acomodar a instalação de cortinas ou persianas. Nesse formato, o elemento entrega um arremate mais discreto, sofisticado e refinado ao ambiente e, para realizá-lo, elas apontam que é imprescindível a sua construção antes da realização do fechamento horizontal. “Se a ordem for alterada, o trabalho se torna um pouco mais complexo e corre-se o risco de termos um visual comprometido”, orienta Vanessa.
2. Sobreposto
O cortineiro sobreposto é um elemento instalado sobre o forro já finalizado, considerando a igual finalidade de encobrir o trilho da cortina ou persiana. “Essa modalidade pode ser feita em gesso, mas é habitualmente instalado em marcenaria”, esclarece Cláudia.
De acordo com a arquiteta, a madeira, reconhecida por sua beleza natural e a sensação acolhedora que empresta aos espaços, facilita a moldagem para o design personalizado do item. “Ainda assim, essa decisão precisa sempre acompanhar as demandas específicas do projeto e o orçamento disponível”, complementa.
3. Iluminado
Outro objetivo dos cortineiros, sejam no embutido ou sobrepostos, é incorporar a iluminação embutida ou indireta em sua estrutura, entregando uma atmosfera aconchegante e acolhedora.
Ele não pode ser esquecido!
Cuidar adequadamente dos cortineiros é essencial para manter sua aparência, durabilidade e desempenho a longo prazo. Para os destinados às cortinas de tecido, é essencial prestar atenção em dois fatores: a extensão da cortina, uma vez que, quando recolhida, gera um considerável volume, e a configuração do trilho, seja ele simples ou com forro, o que demanda uma maior quantidade de espaço.
Projetos: Paiva e Passarini Arquitetura / Fotos: Xavier Neto