Na corrida contra o tempo para entrar no calendário da Stock Car ainda nesta temporada, Brasília definiu a empresa responsável pela elaboração do projeto de engenharia a ser homologado pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) para requalificação da pista do Autódromo Internacional Nelson Piquet.
O Banco de Brasília financiará a reforma. Depois de fechar patrocínio de R$ 7 milhões com a Vicar, promotora da Stock Car e Stock Car Light, a instituição financeira estatal aprovou a contratação da empresa paulistana Rígido Engenharia para tocar o projeto.
A firma tem como sócios Edward Zeppo Boretto e Luis Ernesto Morales — engenheiro-chefe do GP do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos. O orçamento para o serviço é de R$ 550 mil. Segundo o banco, não houve licitação por se tratar de uma empresa especializada, como prevê o artigo 7º, Inciso II do Regulamento de Licitações e Contratos do BRB.
Brasília é candidatíssima a receber a última prova desta temporada, em 12 de dezembro. Hoje, o circuito abriga um dos hospitais de campanha em apoio aos pacientes da covid-19. O plano da Vicar e do parceiro BRB é deixar o traçado pronto em sete meses para receber a corrida da principal categoria do automobilismo nacional.
O circo da Stock Car não desembarca em Brasília há seis anos. A última vez foi em 27 de abril de 2014.
No início do mês, o CEO da Vicar, Fernando Julianelli, falou sobre a possibilidade de o autódromo voltar ao calendário na última etapa da competição. “Nossa expectativa é de realizar uma grande festa de inauguração em dezembro, na última etapa da Stock Car. Mas, para isso, é preciso que a pista tenha condições de receber um evento do porte da Stock e também seja homologada pela CBA e FIA com certificação de nível 3″, cobrou o dirigente.
A reforma é um compromisso de campanha do governador Ibaneis Rocha. Daí a pressa de cumprir a promessa antes de 2022, ano de eleições. O circuito foi inaugurado em 1974, tem originalmente 5.476 metros e permaneceu ativo até 2014, quando foi iniciada uma reforma não concluída. Historicamente, o traçado recebeu 39 provas da Stock Car.
No ano passado, Ibaneis Rocha cancelou o edital da parceria público-privada do autódromo. Elaborado na gestão do antecessor, Rodrigo Rollemberg, o texto previa concessão por 35 anos à empresa ou consórcio vencedor. As regras do jogo foram criticadas pelo Tribunal de Contas do DF. A licitação previa contrato de R$ R$ 73.176.202,26. Do total, R$ 38,8 milhões para reformas – R$ 24,8 milhões com investimentos da iniciativa privada. O teto de dinheiro público foi estipulado em R$ 14 milhões, montante questionado pelo TCDF.
Por E. Cortez / Foto: Reprodução