E o barco vai indo para alto mar e a tempestade está próxima…
Dia destes nessa coluna disse que o Brasil é um barco a deriva, sem comando e sem perspectiva de uma retomada a contento para se encontrar o caminho de volta.
Pois bem, no último dia 18, sábado, li um artigo de Rodrigo Zaidan que mostra exatamente a situação atual desse navio chamado Brasil.
Segundo o artigo, o Brasil está imitando os erros dos nossos vizinhos argentinos (o que só seria pior se estivéssemos imitando os venezuelanos). Só que esses erros no Brasil tem uma escala muito maior. Basta compararmos as duas economias.
As promessas de Bolsonaro seduziram empresários que o apoiaram nas eleições. Porém com a falta de comando e a falta de cintura política do nosso atual presidente, o encanto está quebrando.
Não há mais um mínimo de confiança dos empresários no atual governo, o que leva-os a retrair investimentos, aplicar em ativos sólidos, como o dólar por exemplo, fazendo com que a moeda norte americana venha a ter valorizações acima do normal no país.
A reforma da previdência tão prometida e esperada pela classe empresarial, parece que não virá na medida necessária.
E a inflação, segundo Rodrigo Zaidan, ainda não existe, mas ela está logo ali, virando a esquina e vem com muita força.
A cada “tuitada” do nosso comandante, mais e mais o navio Brasil caminha rumo adentro da tempestade. E a nave está perto de chegar no olho do furacão. E parte da tripulação, ao que parece já começa a abandonar o barco.
E por mais que se tente fazer algo, como estabilizar a economia, lá vem o Bolsonaro com suas tuitadas atrapalhar tudo.
Bom! Hoje, parece que até o presidente está se dando por vencido. Ao compartilhar em um grupo de WhatsApp com aliados, uma carta de autor desconhecido, que defende ser o Brasil um país “ingovernável” sem que se faça conchavos com corporações. Ele acena que não há o que se fazer. Ele se coloca como impotente para resolver as coisas ao seu modo.
Ora, será que ele, ao se candidatar, não sabia dessas coisas que Rui Barbosa já denunciava há séculos?
E as comparações já começam. Já se fala da semelhança com Jânio Quadros que ficou no cargo menos de um ano, renunciando e alegando ter sido vítima de “forças ocultas”. Só que no caso atual, as forças não são ocultas. Aliás, é “a força”, chamada de “Família Bolsonaro” (pai e filhos).
Hoje, parece que a maioria do povo brasileiro está torcendo para que o homem das armas imite Jânio Quadros.
E disse Rodrigo Zaidan: “Quando o presidente chama manifestantes de massa de manobra e idiotas úteis, a reação do empresário médio é reduzir ou postergar investimentos. E os consumidores travam. Otimismo alimenta investimentos, mas o presidente só passa desconfiança”.
E lambança atrás de lambança, praticada pelo comandante e sua família, vai levando o barco ao terror da forte tempestade. E quem pode acabar se afogando será sempre os mesmos, nós, população brasileira.
E que os “direitopatas” e “esquerdopatas”, não tenham chiliques da síndrome da perseguição…