O cheiro não é bom…
A iluminação do jardim central da cidade ficou espetacular, sem dúvida alguma. Pela excelência do serviço é preciso parabenizar a administração pública.
Mas, há algo no ar que não me agrada. Em primeiro lugar, quem fará a manutenção daquele logradouro público? Com que dinheiro?
Sim, porque a famigerada Taxa de Iluminação não existirá mais, ou será que… Bem, vamos aguardar.
A iluminação de led é, sem dúvida, bem melhor do que a antiga que estava no local. Mas, vamos entrar em um acordo, a manutenção da antiga iluminação deixava a desejar. Faltavam lâmpadas; faltava energia em alguns pontos… Entendia-se a situação, já que a crise política, econômico e financeira pela qual passa o país atingiu Rio Claro, assim como todas as outras cidades da federação.
E os sábios (afinal a eleição municipal está batendo à porta) legisladores rio-clarenses deverão acabar com a Taxa de Iluminação. Ou seja haverá uma queda (renúncia) de receita e as despesas com iluminação continuarão. E, a lâmpada de ledo é bem mais cara do que as convencionais, ou não?
Ou há algo no ar ou o caos será muito maior…
O sonho dos ratos…
Existe um conto escrito pelo saudoso Ruben Alves, onde ele relata a história de um bando de ratos que vivem em um velho casarão e tinham um sonho em comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes.
A princípio era um sonho, pois, o queijo era guardado por um gato enorme e de dentes afiados e que não dormia nunca.
E os ratos odiavam o gato. E quanto mais odiavam o gato, mais irmãos se sentiam.
O que restava aos ratos era conversarem, se reuniam, faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais.
“Quando se estabelecer a ditadura dos ratos”, diziam os camundongos, “então todos serão felizes”… Diziam que o queijo era grande o bastante e pensavam em socializar o queijo.
Sonhavam. Nos seus sonhos, comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem: crescem sempre. E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: “o queijo, já!”…
Até que um dia, como por um milagre, o gato sumiu. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum. E foi então que a transformação aconteceu.
Bastou a primeira mordida. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem.
Então perceberam e sentiram que somente os mais fortes sobreviveriam. O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o jeito do gato o olhar malvado, os dentes à mostra…
Isso é o que vemos, hoje, nas redes sociais, na briga entre esquerdopatas e direitopatas, todos de olho no queijo…