Princípio, dignidade e honra não são palavras abstratas…
Recebi ontem, através do WatsApp, um vídeo onde rola uma cena de uma novela levada ao ar de 16 de maio de 1988 a 06 de janeiro de 1989.
E a cena era de um avô (fiscal aduaneiro) conversando com sua neta. A menina pedia ao avô para que facilitasse a vida de um amigo que queria entrar no Brasil com meia dúzia de vídeo cassete, a troco de uma pequena colaboração.
E a conversa se desenrola com o avô (homem de princípios) se negando veementemente a facilitar a vida de quem quer que seja e a garota se utilizando de vários subterfúgios na tentativa de convencer o avô a “facilitar” as coisas.
O avô visivelmente triste, termina a conversa dizendo: “Princípio, dignidade e honra não são palavras abstratas. Porque quando eu morrer, além dessa porcaria de casa (palavras ditas pela neta durante a discussão), eu queria muito, te deixar de herança, o princípio, a dignidade e a honra”.
Uma novela com 30 anos de história que nos mostra que nada mudou. Achando interessante, levei o tema para uma discussão em família, em nosso grupo de WatsApp.
Como, direita, esquerda… estão em “moda” nas redes sociais, a pergunta inicial foi de “quem era direita e quem era esquerda naquela história”.
O resumo da reflexão é que: vivemos em um mundo, onde apesar de nos posicionarmos contra o roubo a que somos impostos no dia a dia por parte de nossos homens públicos, estamos sempre procurando levar vantagem em alguma coisa.
Tais como sonegar imposto, tentativa de corromper policiais em multas de trânsito, gritar contra os radares na cidade que só multam quando cometemos alguma infração de trânsito… Ou seja, a velha política de levar vantagem em tudo e que os nossos homens públicos chamam de POLÍTICA.
Porém, são atos corruptos como outro qualquer, que tentamos justificar sempre com as mesmas palavras: “Poxa vida, se lá em cima roubam tanto, por que eu não posso também? Lá em cima roubam os nossos impostos e não nos devolvem em benefícios”.
Ou seja, explicamos, jamais justificamos o ato.
Concluímos também que nenhuma ideologia política (direita, esquerda, centro, centro-esquerda ou centro-direita) prega esse tipo de ação. Porém, os homens que se dizem adeptos dessas ideologias, simplesmente são “homens” ou “mulheres” (fracos, volúveis, influenciáveis e, principalmente, gananciosos), brasileiros e que não desistem nunca.
Resumo final: a culpa pela situação atual de nosso país não é de nenhuma ideologia política, mas simplesmente de “POLÍTICOS” (e aqui lembramos que essa palavra se refere, também, aos moradores da “polis”, ou cidades), que não conhecem “PRINCÍPIOS”; sem um mínimo de “DIGNIDADE” e principalmente, sem conhecimento do que seja a “HONRA”.
Os ideais políticos são ótimos, independente do lado, pois foram criados, justamente para que a “VERDADEIRA POLÍTICA”, aquela que se preocupa simplesmente com a melhoria da qualidade de vida dos “CIDADÃOS” fosse facilitada.
O resto que se discute é fanatismo, é idolatria é busca de poder…