Representatividade popular no legislativo…
Sempre que vem à tona o número de cadeiras no Legislativo rio-clarense, aparece o velho chavão dos favoráveis a um número maior de cadeiras: “quanto maior o número de vereadores maior a representatividade da população no legislativo”.
Mas, por mais que insistam nessa falácia, a história mostra que a vontade popular nunca foi levada em consideração no legislativo local.
Recentemente, com a Câmara já com 19 vereadores, a população se mostrou totalmente a favor da abertura de investigação sobre um suposto motivo para se votar um impeachment contra o prefeito atual. Sem levar em consideração o mérito da questão e nem os motivos, a população foi contrariada já que a maioria votou contra, livrando o prefeito de um processo chato.
Houve época, com 12 vereadores, que um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, ou seja, com assinaturas de grande número de rio-clarenses, também não passou pela Câmara Municipal.
O Projeto de Lei, que aumentou de 12 para 19 o número de cadeiras no legislativo rio-clarense, também era desaprovado pela maioria da população e mesmo assim passou.
Portanto, falar em representatividade nesse contexto, é pura demagogia, além do que o custo benefício é – 0.
Agora, volta à discussão no terceiro andar do Paço Municipal, a possibilidade de voltar a diminuir o número de cadeiras. Fala-se em voltar aos 12 ou ainda 15. Se perguntar HOJE à população, com certeza, a resposta será cravada nas 12 cadeiras, ou até menos.
Não acreditamos naqueles que se dizem favoráveis à diminuição. Dentro daquilo que conheço da política local, ninguém é a favor, apenas fazem campanha eleitoral.
Vejam que quanto maior o número de cadeiras, maiores as chances de eleição e nenhum partido abri mão de ter representantes no poder e quanto mais facilitado for, melhor.
Portanto, o que a população pode fazer é ficar de olho nas discussões que virão e ver quem é quem no âmbito eleitoral do próximo ano…
Cobrança de dívida ou presente de Natal?…
A Construtora OAS, como todos sabem é uma das rés da Lava Jato que terá que devolver um valor aos cofres públicos, ou melhor aos cofres da Petrobrás.
A União deu 28 anos para a OAS pagar os R$ 1,92 bilhão no acordo de leniência para limpar o nome. Para o pobre, a Caixa aperta o prazo no parcelamento da casa própria. A bandidagem lucrou tanto com as tretas que, do total a ser devolvido, R$ 720 milhões correspondem a propinas pagas, e R$ 800 milhões a enriquecimento ilícito dos diretores da empreiteira.
E, com toda a certeza desse mundo, o valor desviado é muito maior que isso. Mas, pelo menos vão devolver alguma coisa, ou nem tanto.
Vejam que 28 anos têm 336 meses. Fazendo a simples divisão dos R$ 1,92 bilhão por 336 meses, chega-se ao valor de R$ 5.714.000,00 mensais, muito embora sabe-se que esse valor será acrescido de juros e correção monetária. Ou seja, é isso que a população espera.
Pois bem, R$ 1,92 bilhão, mal aplicado no mercado financeiro renderia, no mínimo, R$ 19 milhões ao mês. Mal negócio?!…