Mas o que é TFD?
O pesquisador explana. “A TFD é uma técnica que vem sendo estudada clinicamente há 40 anos, e há mais de 20 anos foi trazida para o Brasil por pesquisadores que vêm desenvolvendo seus métodos, protocolos e aplicações, e atualmente tem milhares de pacientes tratados no Brasil em nível de pesquisa.” De acordo com Vollet Filho, hoje, após o financiamento por meio de recursos públicos do BNDES, o Brasil apresenta condições de oferecer o tratamento de maneira eficiente (com altas taxas de cura e índices muito reduzidos de reincidência), mais barato que a cirurgia (pois foram desenvolvidas medicação e tecnologia nacionais para o tratamento), e com as vantagens de não apresentar efeitos colaterais importantes e de poder ser realizado em pacientes inoperáveis.
“Além de tudo isso, a técnica apresenta excelentes resultados estéticos, minimizando e, muitas vezes, eliminando completamente cicatrizes pós-tratamento, as quais são tão comuns pós-cirurgia. A técnica pode também ser feita ambulatorialmente, o que elimina a necessidade de internação de paciente, possibilitando sua aplicação com infraestrutura mais simples que a de um hospital”, expõe o especialista ao Centenário.
Por que a TFD ainda não pode ser feita no SUS?
O pesquisador explica que introduzir novas tecnologias no SUS é um processo longo e cuidadoso, que depende de avaliação técnica (eficácia, riscos, taxa de reincidência) e econômicos (custo-benefício do uso da técnica frente ao que já é feito). Segundo Vollet Filho, o processo de introdução da TFD no SUS foi iniciado há um ano por um grupo de pesquisa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), coordenado pelo Prof. Dr. Vanderlei S. Bagnato, pioneiro na técnica no Brasil, e passa, neste momento, por sua etapa mais importante e definitiva: a obtenção de aprovação pela CONITEC, o órgão que assessora o Ministério da Saúde na introdução de novas tecnologias no SUS. Há, todavia, conforme ele, um porém.
“A CONITEC deu parecer inicial negativo a essa alternativa, baseada em questionamentos sobre a relação custo-benefício que podem ser esclarecidos, mas, para isso, é preciso que haja apoio da sociedade, tanto leiga quanto técnico-científica da área”, explica Vollet Filho.
Diante desse parecer negativo, o pesquisador faz um importante apelo. “Você, leitor, pode ajudar a reverter essa decisão e tornar possível a disponibilização da TFD no SUS. E não vai custar nada, além de alguns minutos do seu tempo”, garante.
Como ajudar?
Vollet Filho ilustra de que modo fazê-lo. De acordo com ele, duas etapas a serem seguidas se fazem necessárias.
• Acesse a Consulta Pública nº 67 em http://conitec.gov.br/consultas-publicas (abaixo, você encontra links curtos para facilitar a digitação);
• Primeiro, se você é um cidadão que deseja contribuir com sua opinião, experiência com o tema (ou não souber em que área se encaixa), você pode contribuir através do formulário de “Experiência ou Opinião” (http://tiny.cc/TFDopiniao). Por outro lado, se você é um pesquisador ou profissional das áreas técnicas que envolvem a TFD ou o câncer de pele, pode contribuir através do formulário “Técnico Científico” (http://tiny.cc/TFDtecnico);
• Preencha seus dados. Todos os campos marcados com um asterisco (*) vermelho são obrigatórios para contabilizar sua participação, em especial seu CPF ou o CNPJ da instituição que você representa;
• Etapa mais relevante: ao preencher a pergunta sobre a concordância, se você deseja apoiar a implementação da TFD no SUS, você precisa selecionar a opção “Discordo” (pois assim discordará da negativa da CONITEC);
• Os comentários não são obrigatórios, mas são desejáveis. Você pode mencionar sobre a alta eficácia comprovada da técnica, o baixo custo devido à tecnologia e medicação atualmente serem nacionais, os excelentes resultados estéticos e funcionais (evitando cicatriz) e a possibilidade ambulatorial (não precisa de internação para tratamento), além de ser aplicável para pacientes aos quais a opção cirúrgica oferece risco de vida ou mutilação;
• Verifique se você preencheu todos os dados obrigatórios e não se esqueça de clicar em “GRAVAR” ao final da sua contribuição. Você receberá uma mensagem de que sua contribuição foi realizada com sucesso.
Vollet Filho alerta que a Consulta Pública fica no ar apenas até o próximo dia 16. “Por isso, não deixe para depois o seu apoio. Preencher o formulário é rápido e a sua opinião pode ser a diferença para que o Brasil passe a ter uma nova alternativa para o tratamento do câncer de pele ao alcance de todos pelo SUS”, finaliza.