Segundo informações da BRK Ambiental, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto de Santa Gertrudes, medições do índice pluviométrico na captação de água de Santa Gertrudes apontam que o total de precipitações do último mês foi de 30,4mm (milímetros); pior que o acumulado em outubro de 2014, que foi de 32,8 mm, quando a região Sudeste enfrentou a pior crise hídrica da história.
A situação também chamou a atenção do Consórcio da bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que emitiu um novo alerta de emergência por causa do risco de desabastecimento de água na região, comparando o cenário de estiagem atual ao de 2014, quando houve a crise hídrica. Segundo a instituição, o volume de chuva 25% menor do que o ideal neste ano afetou todas as cidades que fazem parte da bacia PCJ.
O Córrego Santa Gertrudes, principal manancial de captação de água bruta do município, está com nível baixo e crítico. Nessa semana o córrego está com 0,84m sendo que, em período fora de estiagem, esse nível fica em 1,20m. As poucas chuvas que atingiram a cidade no último final de semana totalizaram 20,6mm, porém ainda não foram suficientes para recuperação de nível do manancial. Essa condição fez a adotar uma nova medida de enfrentamento ao cenário de estiagem. A reserva de água da Lagoa São Bento II e da represa próxima ao Granúncio já está sendo adotada adicionalmente à captação, buscando manter a capacidade de abastecimento para o município.
Em Rio Claro, com poucas chuvas, os baixos níveis dos rios que abastecem a cidade continuam baixos, principalmente o Ribeirão Claro, cuja água bruta é captada para tratamento e fornecimento de água para as regiões sul, leste e central, que representa 40% da cidade.
Com isso, o Daae faz novo apelo para que não só os moradores desses bairros, mas toda a cidade faça o uso racional da água. Os outros 60% do município são abastecidos pela água tratada oriunda do rio Corumbataí, que, embora a situação esteja menos crítica nesse manancial, a autarquia reforça que o uso responsável da água deve se tornar um hábito.
O Daae ressalta que não há racionamento na cidade e lembra que é momento de pandemia e, por isso, pede que o uso da água seja voltado apenas para alimentação e higiene pessoal, essencial e indispensável como forma de evitar a infecção pelo novo coronavírus.
A autarquia também tem encontrado alternativas para seguir captando água, mesmo com o nível baixo dos rios. No início do mês de outubro, diminuiu o volume de captação de água bruta do Ribeirão Claro, reduzindo a pressão no fornecimento de água para os bairros abastecidos pela ETA 1.
Essa manobra foi feita para que o volume de água tratada dure mais tempo e o fornecimento de água continue de maneira ininterrupta, ou seja, a água pode chegar em alguns bairros com menos pressão, mas sem afetar o abastecimento, quando usada de maneira consciente e responsável.
O Daae explica que, caso os bairros mais baixos e próximos das duas ETAs não usem a água de maneira consciente e responsável, os bairros mais distantes e localizados em regiões mais altas poderão ficar temporariamente sem água, como já aconteceu em situações esporádicas, principalmente na região do bairro Jardim Novo.
Ações para uso responsável da água
Um dos grandes ‘vilões’ que contribuem para o consumo excessivo de água é a mangueira. Lavar calçada com esse utensílio doméstico é um hábito comum, mas gera grandes prejuízos. De acordo com o Daae, em 15 minutos, são desperdiçados cerca de 280 litros de água. A autarquia pede que os munícipes usem vassouras para esse tipo de limpeza, evitando desperdícios. Se houver uma sujeira localizada, utilize balde com água apenas no local.
A mangueira também é bastante utilizada para lavar carro. Com 30 minutos de limpeza, com meia volta de abertura da torneira, o desperdício pode chegar a quase 500 litros de água. Para reduzir, basta lavar o carro somente com balde com água e sabão, reduzindo o consumo para apenas 80 litros aproximadamente.
O banho deve ser rápido. Cinco minutos são suficientes para higienizar o corpo. A economia é ainda maior ao fechar a torneira ao se ensaboar. Banho de ducha por 15 minutos consome em média 135 litros de água. Com a torneira fechada e com a redução do tempo para cinco minutos, o consumo cai para 45 litros.
Ao escovar os dentes com a torneira fechada é possível economizar mais de 11 litros de água. O mesmo se aplica para a tarefa de fazer a barba. Lavar o rosto rapidamente ajuda a economizar ainda mais o consumo.
Vaso sanitário gasta, em média, de 10 a 14 litros. Quando a válvula está defeituosa, pode chegar até 30 litros. A autarquia recomenda que mantenha a válvula da descarga sempre regulada e conserte os vazamentos assim que eles forem notados.
Lavar a louça em 15 minutos gasta cerca de 120 litros de água. Com economia, o consumo pode chegar a 20 litros. Uma lavadora de louças gasta em média, 40 litros. O ideal é utilizá-la somente quando estiver cheia. Ao utilizar um copo de água, são necessários pelo menos outros dois de água potável para lavá-lo. Por isso, procure utilizar o mesmo copo durante o dia.
Lavadora de roupas gasta por volta de 130 litros. O ideal é usar sempre com a capacidade total e no máximo três vezes por semana. No tanque, com a torneira aberta por 15 minutos, o gasto de água pode chegar a 280 litros. Aproveite a água do enxágue para lavar o quintal e economizar ainda mais.
Ao molhar as plantas com mangueira durante 10 minutos, o consumo pode chegar a 190 litros. O ideal é utilizar regadores, podendo gerar uma economia de 100 litros por dia.
Uma piscina exposta pode perder cerca de 4.000 litros de água por mês por evaporação, o suficiente para suprir as necessidades de água potável (para beber) de uma família de quatro pessoas por cerca de um ano e meio aproximadamente. Com uma cobertura, a perda é reduzida em 90%.
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