No último domingo (12), uma triste notícia abalou o Mundo. Depois de seis meses lutando contra um câncer, morreu o filósofo Roger Vernon Scruton. De acordo com comunicado divulgado pela família, o Grande Expoente do Conservadorismo “partiu pacificamente”. Apontado como o intelectual britânico mais bem-sucedido desde Edmund Burke, Scruton foi nomeado Cavaleiro Celibatário pela Rainha Elizabeth II e, ao longo de sua trajetória, que somou 75 primaveras, escreveu mais de 50 livros que fundamentaram o Pensamento Conservador.
Como bem disse o Professor Olavo de Carvalho em artigo publicado no Diário do Comércio, em 21 de setembro de 2011, “a mídia brasileira sempre acaba descobrindo as coisas. Basta esperar umas quantas décadas, e você, já maduro ou velhinho, recebe a informação vital que poderia ter mudado o seu destino se lhe chegasse na juventude”. A primeira vez que o filósofo brasileiro citou o filósofo inglês foi em 1993, na Obra-Prima ‘A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci’ – livro indispensável para entender o status no que diz respeito à Comunicação e à Educação no Brasil.
Todos os trabalhos de Scruton merecem ser lidos e degustados página a página tanto pelo seu valor empírico, quanto pela sua estrutura estética, entretanto, para tentar compreender um pouco o cenário político brasileiro e captar a grandeza do Conservadorismo, nada melhor que começar pelo urgente ‘Como ser um conservador’, lançado pela Editora Record, em que o autor discorre acerca da teoria e da prática do Pensamento Conservador. Mesmo com sua morte, Roger Scruton certamente continuará norteando as ideias conservadoras com uma capacidade ímpar de elucidar questões intrínsecas ao ser humano e apontar possíveis soluções, fato que o garantiu um lugar no Panteão dos Grandes Pensadores.
Em 2019, Scruton ministrou palestra no evento Fronteiras do Pensamento
Em agosto de 2019, Roger Scruton esteve no Brasil e ministrou palestra no Fronteiras do Pensamento – evento que propõe uma profunda análise da contemporaneidade e das perspectivas para o futuro. Na ocasião, o filósofo analisou, entre outros, o Estado de Direito, o Cristianismo, a Democracia Brasileira e, ainda, lançou o livro “Conservadorismo: um convite à grande tradição” (Ed. Record, 2019).
A obra recém-lançada em português, aliás, aumenta a possibilidade de leitura dos brasileiros, que já podem também adquirir ótimas traduções realizadas pela Editora É Realizações como ‘Pensadores da Nova Esquerda’, ‘Beleza’, ‘O que é Conservadorismo’, ‘O rosto de Deus’, ‘Filosofia Verde – Como pensar seriamente o planeta’ e ‘Uma Filosofia política – Argumentos para o Conservadorismo’.
“A obra de Scruton é um convite pujante à desconfiança”, diz Gurgel
Em mais uma de suas imprescindíveis aulas ministradas através de seu Canal no Telegram, o Professor de Literatura e Escrita Criativa e Crítico Literário do Jornal Rascunho, Rodrigo Gurgel, disponibilizou na manhã da última segunda-feira (13) um áudio no qual abordou a profícua carreira do filósofo e escritor Roger Scruton. Gurgel qualificou o trabalho do autor inglês como indispensável e, sobretudo, convidativo. “A obra de Roger Scruton é um convite pujante à desconfiança, ao necessário ceticismo que nós precisamos ter diante do que ensinam nas universidades e do que a mídia repete, de forma incansável, todos os dias”, enfatizou.
Foto:PRINCETON UNIVERSITY DIVULGAÇÃO