Ação para desarticular tráfico prende 15 e fecha mais de 50 imóveis em SP
A Operação Salus et Dignitas (saúde e dignidade), deflagrada na terça-feira (6) pelas forças de segurança do Estado, terminou com um total de 15 presos, sendo 10 em flagrante e 5 por mandado judicial, além de 56 imóveis interditados. Essas edificações eram usadas para hospedar práticas ilegais de uma facção criminosa, como armazenamento de armas, drogas e até como casas de prostituição, além de colaborarem para a lavagem de dinheiro do tráfico.
O foco da ação, feita de forma integrada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, foi desarticular o ecossistema e a logística do crime organizado em diferentes pontos do centro da capital paulista, bem como acabar com a violação de direitos humanos na região. As investigações começaram há um ano. No período, as autoridades descobriram que os criminosos usavam a estrutura comercial da região para fomentar o tráfico de drogas e fazer a lavagem de capitais.
“O objetivo da operação foi cortar os canais que alimentam o crime organizado na região central da cidade. Os dependentes químicos e a população são vítimas desse ecossistema do tráfico. Queremos desidratar paulatinamente este movimento e devolver a região para as pessoas”, destacou o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
As Polícias Civil e Militar do Estado contaram com um efetivo de mais de 1,2 mil agentes na operação, com o apoio de 377 viaturas, duas aeronaves e 30 cães farejadores. Os dados finais apontam para a apreensão de 348 munições, 122 celulares, 78 veículos, 35 computadores, 22 quilos de drogas, oito radiocomunicadores, três armas e dois simulacros. As equipes ainda apreenderam mais de R$ 264 mil em espécie, dinheiro obtido pela quadrilha com o tráfico de drogas. Ao todo, na ação foram cumpridos 117 mandados de busca e apreensão e sete de prisão. Dois suspeitos estão foragidos.
Forças de Segurança prendem líder do PCC, lacram imóveis e fecham pontos de droga
O Governo de São Paulo apresentou no início da tarde desta terça-feira (6) o balanço preliminar da Operação Salus et Dignitas, realizada no centro de São Paulo para desarticular a logística do crime organizado em diferentes pontos da região. O governador Tarcísio de Freitas, em coletiva no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), destacou o trabalho integrado entre as forças de segurança do Estado, órgãos das esferas municipal e federal, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual.
“É um trabalho exaustivo para tentar abordar a questão do crime organizado no centro de São Paulo de forma diferente. Nessa operação, atacamos o ecossistema do crime que alimenta o tráfico de drogas. O objetivo era uma abordagem abrangente, integral, que desmantelasse sistemas de monitoramento e comunicação desses criminosos”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas.
“A ação de hoje é uma grande cooperação entre o Ministério Público do Estado de São Paulo, Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal, Anatel e muitos outros que atuaram para desarticular diversos pontos de apoio do PCC, afetando diretamente a atuação do crime e do tráfico na Capital. O objetivo é desidratar esse movimento, interrompendo os canais de logística.”, destacou o governador.
A operação é resultado de mais de um ano de trabalho de inteligência e investigação das forças de segurança do Estado. Ao todo, cinco mandados de prisão foram cumpridos, entre eles o de Leonardo Monteiro Moja, que foi preso na Praia Grande. Conhecido como Leo do Moinho, ele é um dos líderes do PCC e apontado como proprietário de hotéis e estabelecimentos no centro da capital.
Os locais eram registrados em nome de laranjas e funcionavam como pontos de tráfico de drogas. Mais cinco pessoas foram presas em flagrante e outras três foram detidas para averiguação. Deflagrada no início da manhã, a ação, ainda em andamento, visa ao cumprimento de 117 mandados de busca e apreensão, 7 de prisão, 46 de sequestro e bloqueio de bens e suspensão de atividade econômica de 44 prédios comerciais. Além da perda da licença, os imóveis serão lacrados pelas autoridades municipais para garantir que a atividade ilícita não volte a ser praticada no local. Entre os locais estão hotéis, hospedarias, ferro velhos, estacionamentos e comércios de celulares e outros produtos. Um efetivo de 1.359 agentes públicos, 327 viaturas, duas aeronaves e 30 cães farejadores se envolveram na operação.
Fotos: Divulgação