Governo de SP apresenta sistema inédito no Estado para busca de pessoas desaparecidas
Para superar as dificuldades que atravessam há décadas os trabalhos realizados por órgãos e entidades na busca de pessoas desaparecidos e no apoio de familiares, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) anunciou a criação do Sistema de Informações e Prevenção do Desaparecimento de Pessoas. Em cumprimento a uma lei estadual de 2014 e a uma lei federal de 2019, a ferramenta que já conta com dados reunidos pela Polícia Civil por meio dos registros de Boletins de Ocorrências de desaparecimentos está sendo ampliada para agregar e cruzar informações com registros da saúde, cartórios, serviços públicos como Detran e diversos outros bancos que auxiliem nessa identificação. Apesar dos desaparecimentos e localizações serem registrados em boletins de ocorrência e investigados por meio de Procedimentos específicos, o Estado de São Paulo, assim como ocorre no âmbito federal, não possui um protocolo de registros que possibilite a formação de um cadastro de desaparecidos. O Major Rodrigo Vilardi, da Coordenadoria de Políticas em Segurança Pública, afirma que a ferramenta possibilita a primeira estruturação de ocorrências registradas em São Paulo e o cruzamento com outros sistemas de pesquisas, de modo a unificar todas as informações que são fundamentais para a atuação dos órgãos públicos. O novo sistema foi apresentado nesta quarta-feira (30), durante uma reunião na sede da SSP com outros órgãos estaduais que atuam diretamente na unificação de informações e apoio na busca de pessoas desaparecidas. A plataforma irá centralizar as buscas em um banco de dados único que poderá ser acessado por todos, assim a informação será compartilhada e automaticamente relacionada, auxiliando nos trabalhos de pesquisa. O sistema foi atualizado para refinar a busca com 17 técnicas diferentes para identificar uma pessoa desaparecida por meio do CPF, aglutinando outras informações fundamentais (como nome da mãe, pai, endereços, etc) para formar uma base única. Além disso, serão disponibilizados os números e resultados dos inquéritos policiais e demais procedimentos de investigação, bem como os dos processos criminais instaurados no âmbito do Poder Judiciário. A base de dados também contará com notícias de encontro de pessoas desaparecidas, óbitos e outras movimentações ou abordagens policiais, que contribuem na sua localização.
PM prende homem que fez criança e avó de reféns para fugir de roubo em Bauru-SP
A Polícia Militar prendeu em flagrante na segunda-feira (28) um homem de 22 anos que fez de reféns uma criança, de 9 anos, e sua avó, de 66, em uma casa no Jardim Redentor, em Bauru. O suspeito invadiu a residência para tentar fugir da polícia após cometer roubos no bairro e rendeu as vítimas, chegando a apontar a arma para a cabeça da criança. Durante a ação, ambas foram liberadas sem ferimentos. Pessoas que presenciaram a ação do homem acionaram a polícia logo após ele tentar roubar a motocicleta de um homem, de 33 anos, na rua São Lucas. Com a chegada das equipes, o homem correu para uma residência na rua São Mateus, onde rendeu a idosa e a menina. Os policiais imediatamente se mobilizaram para resgatar as vítimas, iniciando as negociações com o homem, que se entregou e libertou ambas. Com ele, foi encontrado um simulacro de arma de fogo, um celular roubado, além de joias e relógios levados de uma outra casa. O homem também foi apontado como autor de outros roubos no bairro ocorridos no mesmo dia. No primeiro, ele teria entrado em uma casa e rendido uma funcionária, de 33 anos. Ao sair, levando as joias e os relógios, encontrou a dona do imóvel, de 62, chegando no local. Ela também foi abordada por ele, mas conseguiu fugir antes de ter seu carro roubado. O segundo crime aconteceu em uma farmácia. Após abordar a funcionária, o homem tentou levar dinheiro do caixa, mas foi surpreendido pelo entregador do estabelecimento que chegou logo depois. O suspeito conseguiu correr sem levar nada. Outras vítimas de roubos ocorridos em outras datas também apontaram o homem como autor. Ele foi preso em flagrante e levado ao Plantão da Delegacia Seccional de Bauru, onde o caso foi registrado como roubo de veículo, residência e a estabelecimento e com restrição de liberdade.
Reconhecimento facial está presente em todos os estados do Brasil
O Brasil tem, pelo menos 195 projetos que usam o reconhecimento facial para ações de segurança pública, segundo a pesquisa Panóptico do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC). Segundo o coordenador do centro, Pablo Nunes, foram identificadas iniciativas do tipo em todos os estados brasileiros. Entre 2019 e 2022, o estudo identificou 509 casos de pessoas presas usando esse tipo de tecnologia. No entanto, Nunes ressalva que “o número de prisões com essa tecnologia é muito maior do que nós conseguimos monitorar”. Os dados levantados em 2019 pelo grupo mostram que das 184 prisões identificadas naquele ano, mais de 90% eram de pessoas negras. “A gente viu um aprofundamento do perfil nos presos por reconhecimento facial, focado em jovens negros presos por crimes sem violência, principalmente pela Lei de Drogas, que tem sido um grande instrumento de inchaço da nossa população carcerária”, diz Nunes. A distribuição dos projetos de reconhecimento facial pelo país não responde, segundo Nunes, a nenhuma lógica de estatísticas de criminalidade ou de concentração populacional. De acordo com o levantamento, Goiás é o estado com maior número de projetos, com 45 iniciativas, seguido pelo Amazonas, com 21 projetos, Paraná (14) e São Paulo (12). Na capital paulista, foi assinado em agosto o contrato do Smart Sampa, projeto que prevê a instalação de 20 mil câmeras de segurança programadas para fazer reconhecimento facial até o final de 2024. O sistema custará R$ 9,8 milhões por mês aos cofres públicos. As informações são da Agência Brasil.