Gaeco e PM cumprem mandados em 5 cidades da região de Campinas contra tráfico de drogas
A Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público realizaram uma operação contra uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas no estado de São Paulo. Em um dos alvos, foram apreendidos R$ 138,4 mil em dinheiro. No total, foram cumpridos 26 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão. Na região, as ordens são em Campinas (SP), Paulínia (SP), Hortolândia (SP), Valinhos (SP) e Sumaré (SP). Além disso, também há alvos em Presidente Prudente (SP) e Itatiba (SP). Durante a manhã, ao menos 13 pessoas foram presas e levadas a distritos policiais. O valor de R$ 138,4 mil, por sua vez, foi apreendido em um endereço no distrito de Matão, em Sumaré. Já em Campinas, segundo o Batalhão de Ações Especiais de Polícia, os mandados foram cumpridos nos bairros São Fernando, Jardim Itatiaia, Vila Formosa e Jardim Paranapanema. Em um desses endereços, os agentes apreenderam 5 milhões de microtubos vazios para embalo de drogas. Além do dinheiro e dos microtubos, foram apreendidos celulares, computadores e drogas. O material apreendido será encaminhado à sede do Ministério Público na metrópole. A operação recebeu o nome de “Sumidouro”. De acordo com o promotor Rodrigo Lopes, do MP, ela é resultado de investigações que começaram em abril do ano passado, quando o líder do grupo foi preso.
Esse líder é sobrinho de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que liderou uma das maiores quadrilhas de sequestros e tráfico de drogas da região.
Polícia a prende motorista de aplicativo por tráfico de drogas em Piracicaba
Um homem de 45 anos foi preso na manhã desta quarta-feira dia 5 após a Polícia Civil encontrar porções de drogas em sua casa, no bairro Recanto da Água Branca em Piracicaba. A polícia já investigava o local após denúncia de que havia armazenamento de drogas para vendas. O suspeito é motorista de aplicativo e foi abordado após deixar a casa em seu veículo. Ele confessou aos policiais que guardava drogas no local. Após procura, foram encontrados e apreendidas 107 porções de cocaína, além de R$ 290 em dinheiro vivo. O suspeito foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia, onde permanece preso.
Número de mortes por policiais aumenta em São Paulo
O número de pessoas mortas por policiais voltou a aumentar no mês de maio deste ano no estado de São Paulo, passando de 35 para 38 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), divulgadas no Diário Oficial desta segunda-feira (3), revelam que 32 pessoas foram mortas por policiais militares em serviço, o que representa 88% a mais que em maio de 2022, quando houve 17 vítimas.
Ainda em maio, três pessoas foram mortas por policiais militares de folga, redução de 75%, e três pessoas mortas por policiais civis em serviço, duas a mais em relação a maio de 2022. No acumulado do ano, foram 189 pessoas mortas por policiais, um aumento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Levando em conta somente as mortes em confrontos com PMs em serviço, número acumulado chegou a 130.
Os dados da SSP mostram ainda que os números totais de policiais mortos somam 15, incluindo civis e militares, em folga ou em serviço, mesmo número de janeiro a maio do ano passado. Considerando apenas o mês de maio, este ano foram seis policiais mortos e um no ano passado.
Para o pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Dennis Pacheco, os aumentos consecutivos da letalidade policial demonstram um notório retrocesso da gestão da segurança pública em São Paulo. “Com a mudança de governo, observamos o retorno do discurso insidioso de promoção da letalidade policial, cujas consequências são mortes, especialmente de jovens negros, que poderiam ser evitadas”, disse.
“Para voltarmos ao caminho democrático de garantia da segurança pública, é preciso assumir o compromisso antirracista e rechaçar o discurso de que bons policiais são policiais assassinos em desacordo com os protocolos e a legalidade que profissionalizam seu uso da força, cobrando atuação dos órgãos de controle: a Ouvidoria, a Corregedoria e o Ministério Público no sentido de reduzir a impunidade de policiais homicidas”, avaliou Pacheco.
Ele ressalta que, em 2022, o estado teve intensa redução, tanto da letalidade quanto da vitimização policial, que se posicionou enquanto modelo de governança do uso da força policial por meio do Programa Olho Vivo, que promoveu o uso de câmeras corporais pela Polícia Militar. “Antes dele [programa Olho Vivo], a maior parte das mortes causadas pelas polícias paulistas não caracterizava confronto, e sim uso abusivo da força”, disse.
Segundo Pacheco, três elementos principais revelavam o uso abusivo da força naquele momento, mortes causadas pelas polícias seguiam aumentando mesmo diante de reduções sucessivas de homicídios; mortes causadas pelas polícias seguiam aumentando sem que esse aumento se refletisse no número de policiais mortos em serviço ou fora dele; e o principal alvo da letalidade policial eram adolescentes negros, pobres e periféricos de dez a 19 anos de idade.
O pesquisador avalia que o programa funcionou, no ano passado, porque amarrou fatores tecnológicos a político-administrativos, unindo as câmeras corporais a dispositivos estatais de controle e redução da letalidade, como a Comissão de Mitigação de Não-Conformidade e, principalmente, transformações discursivas das lideranças.
Outro lado
A SSP disse que as mortes decorrentes de intervenção policial não devem ser juntadas ou equiparadas as ocorrências em serviço e em folga, porque são dinâmicas diferentes. “Policiais em serviço estão atuando para proteger a população, já os que estão em folga são, na maior parte dos casos, surpreendidos pelos criminosos, em seu momento de lazer”, diz nota do órgão.
Segundo a secretaria, todo bimestre uma comissão da letalidade se reúne para avaliar os dados, formada por representantes da SSP, Ministério Público, Defensoria Pública, Instituto Sou da Paz, Núcleo de Estudos da Violência da USP e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“Todos os casos são investigados pelas polícias, encaminhados ao Ministério Público e julgados pela Justiça. Em ambas as situações, os policiais são apoiados e passam pelo Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar (PAAPM). Há ainda uma análise da Comissão de Mitigação de Riscos, programa institucional voltado à identificação de não conformidades técnico-operacionais”, informou a secretaria.
A secretaria argumenta ainda que a principal causa das mortes decorre da ação dos suspeitos no momento das prisões. “Nos primeiros cinco meses, as forças policiais prenderam 79.846 criminosos, sendo que 189 foram mortos em confrontos durante essas prisões. Tais dados indicam que o uso da força letal foi necessário uma vez em cada 422 prisões ou apreensões de infratores, demonstrando que a principal causa da morte não é a atuação polícia, mas, sim, a opção pelo confronto por parte do infrator”.
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