O criminoso, de 42 anos, era procurado pela justiça após ser condenado por estupro de duas enteadas menores de idade e foi preso na noite de segunda-feira (12), na cidade de Limeira. Os crimes foram registrados em 2015.
Os policiais militares já tinham conhecimento de que havia um mandado de prisão contra o homem e, durante patrulhamento, ao passarem em frente à sua residência, no bairro Jardim Residencial Antonio Simonetto, no município de Limeira, viram o suspeito sentado na calçada, sendo abordado e, em seguida, confirmada a sua ficha criminal.
O mandado de prisão foi expedido pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Rio Claro com pena a ser cumprida de 11 anos, dez meses e 24 dias no regime fechado. Ele foi conduzido ao Plantão Policial de Limeira, sendo também conduzido ao setor de carceragem.
VIOLÊNCIA
Do total de 22.918 casos de estupro registrados pelo sistema de saúde em 2016, 50,9% foram cometidos contra crianças de até 13 anos. As adolescentes de 14 a 17 anos são 17% das vítimas e 32,1% eram maiores de idade. A proporção não se mantém estável nos últimos 10 anos.
Os dados fazem parte do estudo Atlas da Violência 2018, apresentados no mês de junho deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O Atlas da Violência aponta uma discrepância dos dados da saúde com os das polícias brasileiras, que registraram 49.497 casos de estupro no ano, conforme 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), David Marques, os dois dados são subestimados.
“Os estudos mais conservadores estimam que o número de registros equivale a, no máximo, 10% da quantidade real de estupros de cada ano, ou seja, esse número é muito pior. Isso em grande medida tem a ver com a confiança que essas vítimas podem ter no próprio sistema de segurança ou de saúde, da forma como vai ser acolhida e da resposta pública a ser oferecida para a situação dramática que estão enfrentando”.
Quanto ao perfil do agressor, David Marques lembra que muitas vítimas conhecem quem os agride e violenta. “Nos casos de crianças até 13 anos, 30% dessas vítimas são violentadas por familiares e próximos, como pais, irmãos e padrastos. Entre as adultas, 46% foram vítimas de uma pessoa que, de alguma forma, elas conheciam.
Elas sabem dizer o nome, tem alguma proximidade. Isso nos ajuda a racionalizar um pouco o debate, no sentido de pensar que o agressor é sempre o outro, o desconhecido, quando não. Muitas vezes essa relação de proximidade enseja essa situação de violência”.