Andar com tranquilidade ou trabalhar da mesma forma no Centro de Rio Claro tem sido um desafio para a população.
Os relatos são de quem realmente passou por situação de risco e de prejuízo devido à criminalidade. Um dos casos foi registrado em maio em uma loja tradicional da Rua 3. O comerciante, que prefere não se identificar, disse que indivíduos entraram em seu comércio e permaneceram por cerca de 3 horas durante a madrugada.
“Como entram, ficam todo esse tempo e nenhum segurança passou pela rua?”, questiona. O proprietário conta que teve um prejuízo de 10 mil reais, registrou o boletim de ocorrência e, pelas imagens, o autor até teria sido identificado, porém, ele lamenta que esteja solto.
Em outro estabelecimento, uma mulher, após tentar furtar alguns produtos, chegou a dar um soco em um funcionário e tentou agredi-lo com uma faca. Na data, ela foi capturada ainda no Centro por policiais militares. “Ela foi presa, mas no outro dia estava aí na rua de novo”, lamentou o profissional, que disse ainda ter medo de trabalhar e que os furtos são constantes no local, mesmo com câmeras de segurança, que não inibem os marginais.
O proprietário de um estacionamento na Avenida 3 teve o estabelecimento furtado oito vezes somente neste ano. Ele até listou o que foi levado: dinheiro, carteira com documentos, HD externo, roteador, e aparelho que grava as imagens das câmeras de segurança. Entre os danos, estão ainda três portas danificadas.
“Tive prejuízo com os produtos levados e ainda tive que gastar para equipar o local. Mas eles não se inibem e não tem segurança, então, toda noite desmonto o escritório para prevenir e não ter surpresas indesejáveis novamente”, contou indignado o dono do estacionamento.
Em um outro estacionamento, o comerciante desabafa. “Já fiquei com o local aberto de madrugada durante eventos no Centro e nunca vi viatura passando”, conta.
O Diário do Rio Claro consultou os órgãos ligados ao setor e à segurança.
SINCOMÉRCIO
“Em nossas reuniões, os comerciantes relatam a insegurança. Todos reclamam da situação. Os policiais estão de mãos atadas, nada tem impedido os bandidos e as leis dificultam. Segurança privada fica complicado, porque ninguém tem condições”, analisou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Rio Claro, Célio Simões Cerri. Ele destaca ainda que há uns três anos o Sindicato fez a doação de seis bicicletas para a Guarda, todas preparadas para rondas dos GCMs na região central.
ACIRC
Consultada, a Associação Comercial e Industrial de Rio Claro – Acirc tem conhecimento de que estabelecimentos comerciais, proprietários, funcionários e consumidores, frequentemente, são alvos de marginais e ressalta a preocupação. “A Acirc se preocupa com a segurança de maneira geral e tem canal direto com o comando dos agentes de segurança da cidade e, frequentemente, tem pedido apoio e é atendida”, disse o gerente executivo Clóvis Delboni.
De acordo com José Afonso Baldissera, diretor de relações com o varejo, a Acirc irá solicitar aos agentes de segurança do município, Polícia Militar e Guarda Municipal, uma atenção especial tanto para o comércio, como para os consumidores durante o período natalino.
SECRETARIA DE SEGURANÇA
O secretário de Segurança Pública de Rio Claro, Marco Antonio Bellagamba, afirmou que o município tem muitas áreas comerciais descentralizadas, porém, destaca que as ações são realizadas em todas as regiões. “A GCM e a PM trabalham baseadas nas estatísticas geradas através do registros de ocorrências, momento que são direcionadas viaturas, conforme a incidência criminal.
Verificamos um aumento da produtividade policial fruto dessa integração. Operações continuarão a ser desenvolvidas nessas áreas”, destaca. Afirmou ainda que os órgãos de segurança estão disponíveis para troca de informações e orientações com objetivo de prevenção.
POLÍCIA MILITAR
A Polícia Militar informa que vem realizando o policiamento ostensivo/preventivo no município, com base em análises sobre a incidência criminal, levando-se em conta o dia, hora, local de maior frequência do cometimento de crimes, sendo que o policiamento é direcionado para os locais que apresentam incidências criminais significativas.
Para contribuir com a prevenção, a Polícia Militar emitiu algumas orientações: portas e janelas devem ser resistentes e ter fechaduras e trancas confiáveis; instale travas de segurança, trincos e cadeados nos pontos mais vulneráveis; e instale grades preferencialmente internas.
E não se esqueça das portas e janelas dos fundos, geralmente pontos mais visados; instale equipamentos eletrônicos de segurança, como porteiros eletrônicos, alarmes, câmeras de vídeo, sistema de monitoramento remoto e sensores de presença; se contratar serviços de vigilância particular ou de sistemas de monitoramento, verifique se a empresa é cadastrada na Polícia Federal; no caso de furto ou qualquer ocorrência policial, não perca tempo, comunique imediatamente à Polícia Militar.
POLÍCIA CIVIL
Em todos os casos, as forças de segurança destacam a importância de fazer o registro. “A orientação é sempre fazer o boletim de ocorrência, só assim as providências podem ser tomadas”.