Receber o morador e dar boas-vindas aos visitantes, ao mesmo tempo que preserva o interior da casa, apresenta com personalidade a decoração e organiza pertences e objetos que precisam estar sempre à mão no entra e sai do dia a dia, o hall de entrada ganha nova relevância em tempos de pandemia com práticas, que minimizam a entrada de germes e bactérias para o interior das residências.
O arquiteto Alexandre De Angeli, do Lote Arquitetura, explica, que o hall de entrada pode ser uma área reservada próxima a porta ou um ambiente compartilhado, no caso de edifícios residenciais onde cada andar tem um pequeno espaço permitindo aos moradores, daquele pavimento, acessarem o elevador, ou ainda privativo, caso seja um apartamento por andar. Para ele, com a pandemia do novo coronavírus, mais cuidados estão sendo tomados para se entrar nas residências e o hall, como porta de acesso, está sofrendo adaptações importantes.
“Assim como acontece nos países orientais, o hábito de deixar calçados do lado de fora da casa foi totalmente incorporado a nossa rotina. Embora muitas famílias já tivessem essa prática, hoje esse cuidado é fundamental. Ao meu ver, este é um hábito que não se perderá, mesmo após termos uma vacina, pois a pandemia de Covid-19, fez com que o hall passasse também a atender a função de assepsia, ou seja, contemplar procedimentos básicos de higienização, quer seja um dispenser com álcool em gel ou um local para deixar os calçados vindos da rua”, detalha o arquiteto.
Além disso, há moradores que também incorporaram o tapete sanitizante, que é um tapete que recebe uma solução desinfetante onde se pode higienizar a sola dos calçados antes de entrar em casa. Por fim, as residências com pets devem utilizar toalhas umedecidas ou um copo lava patas para higienização na volta dos passeios da rua.
Materiais de fácil higienização e limpeza
A Lote Arquitetura já tem feito uma série de consultorias, principalmente online, para famílias que querem requalificar o hall, a maioria preocupada em atender recomendações de saúde, mas sem deixar o design e a decoração de lado. Para Alexandre De Angeli, a pandemia trouxe novas preocupações e a utilização de tintas e acabamentos que não acumulam sujeira, são laváveis e de fácil limpeza, estão em alta. “O mesmo ocorre com o uso de papel de parede, que deve ser de boa qualidade, preferencialmente vinílico, ou seja, possível de limpar com pano úmido e detergente neutro. Mobiliários com revestimento isentos de relevo e sem superfícies porosas também facilitam a manutenção”, destaca ele.
Outra novidade é a inclusão de uma sapateira, caixa organizadora ou cesto para acomodar os calçados sem deixá-los desorganizados. Bancos ou pufes servem de suporte para apoiar uma bolsa ao mesmo tempo que auxilia a calçar e tirar os sapatos. Uma pequena prateleira para deixar chaves e apoiar o recipiente com álcool em gel também tem sido peça chave nesse novo layout do hall residencial. “Todos esses itens podem ser criados em marcenaria sob medida ou encontrados prontos em diversas lojas”, conta Alexandre.
Mesmo que o hall seja um pequeno corredor de acesso ao apartamento, é importante pensar na setorização, ou seja, nas atividades que acontecerão neste pequeno espaço: não esquecendo da circulação, que precisa ficar livre, portanto, nada de exageros. Cabideiros ou ganchos são excelentes opções para acomodar bolsas e casacos, mas atenção para deixar o ambiente sempre organizado. “Um espelho é um item importante para conferir o visual antes de sair e, caso você não tenha espaço para quadros, faça escolha por uma peça com bom design, assim além de funcionalidade você agrega valor à decoração. O espelho também contribui com a sensação de amplitude do espaço, sobretudo peças maiores e posicionadas corretamente”.
Halls compartilhados
Para um condomínio, onde o hall é dividido entre vários moradores, Alexandre De Angeli destaca, que para realizar as alterações necessárias é fundamental consultar o condomínio do edifício, seu regulamento interno e a convenção, bem como o síndico e demais moradores do mesmo pavimento. Como o espaço é um ambiente de passagem e de permanência breve, é necessário manter os acessos entre elevador e os apartamentos livres. Outra questão importante antes de propor mudanças é saber se no andar existe algum morador que faz uso de cadeira de rodas, idosos ou pessoas com mobilidade reduzida.
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