O Dia da Indústria é comemorado nesta quinta-feira, dia 25 de maio. Essa data é muito significativa porque destaca um setor que é essencial para a economia do país. A data foi criada em homenagem ao patrono da indústria nacional, Roberto Simonsen, que faleceu em 25 de maio de 1948. Desde então, a data vem sendo celebrada por esse segmento que responde pela geração de milhões de empregos no Brasil.
Em Rio Claro, o segmento lidera a geração de empregos. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, a indústria fechou 2022 com estoque de 25.166 postos de trabalho no acumulado do ano, liderando a geração de vagas na cidade. No primeiro trimestre deste ano, a indústria rio-clarense abriu 305 novos postos de trabalho, segundo o Caged elevando o estoque para 25.471 vagas no setor.
Para o gerente regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Rio Claro, João Zaine, a indústria é a força motriz da economia. “A indústria é a maior arrecadadora de impostos e geradora de empregos, diretos e indiretos, que movimenta uma grande cadeia produtiva e fortalece vários segmentos”, comenta. Ele destaca ainda que a indústria paga os melhores salários e oferece muitos benefícios ao trabalhador.
No entanto, Zaine observa que o setor carece de atenção para se tornar mais competitivo e ampliar o crescimento. Um dos maiores entraves é a alta taxa de juros praticada no país que dificulta a obtenção de crédito para investimentos.
“A taxa de juros ainda é um entrave para o desenvolvimento. A indústria tem que ser competitiva no cenário internacional e para isso precisa se modernizar fazendo novos investimentos. Essa alta taxa de juros inviabiliza a competitividade internacional. A reindustrialização passa pela taxa de juros que tem que diminuir para que o empresário consiga investir, produzir e gerar riqueza e renda”, avalia.
Nesse cenário, a diversidade industrial de Rio Claro é uma vantagem. Em tempos de crise, o município sofre menos impacto por não se apoiar apenas em um segmento. “Rio Claro é privilegiada por ter uma indústria diversificada porque é difícil uma crise atingir vários setores ao mesmo tempo”, pontua Zaine observando que município se destaca nas áreas de construção civil, linha branca, saúde com produção de medicamentos e órtese e prótese, metalurgia, química, entre outras. “É importante que a diversidade industrial de nossa cidade seja cada vez apoiada e valorizada para diminuir os riscos. É essencial trazer novos investimentos, mas também é fundamental apoiar as indústrias já instaladas que geram empregos e riqueza ao município há muitos anos”.
Indústria cerâmica
A indústria cerâmica desempenha papel importante na geração de empregos e desenvolvimento econômico de Rio Claro e região. Aqui está localizado o maior polo cerâmico das Américas: o de Santa Gertrudes. O segmento gera milhares de empregos diretos e indiretos na região.
“A indústria cerâmica de revestimento desempenha um papel relevante para a economia regional e nacional. Os produtos fabricados no Polo Cerâmico de Santa Gertrudes fazem do Brasil o 3º maior produtor e consumidor mundial de pisos, azulejos, faixas e pastilhas. Da mesma forma contribuem para que o país seja o 7º maior exportador global. O segmento também representa 6% do PIB da indústria nacional de construção. Na geração de empregos a cerâmica também marca sua presença: em todo o Brasil são 28 mil trabalhadores diretos, destes 11 mil na nossa região”, destaca Luís Fernando Quilici, diretor de Relações Institucionais da Aspacer (Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento).
Assim como o Ciesp, a Aspacer defende uma redução da carga tributária para aumentar a competitividade da indústria nacional diante da concorrência internacional. “É importante ressaltar que no geral, a indústria de transformação no Brasil representa 12,9% do PIB, segundo o IBGE, no entanto, responde por 29,5% da arrecadação tributária, a maior carga entre todos os setores da economia. A indústria é altamente penalizada pela carga tributária, o que impede a competitividade da produção nacional diante da concorrência internacional”, afirma Quilici.
Por isso, a indústria se junta a outros segmentos econômicos na discussão de medidas que possam minimizar esses problemas. “A indústria cerâmica e outros segmentos defendem na discussão sobre o novo arcabouço fiscal pretendido pelo governo federal, a adoção de medidas que melhorem o ambiente de negócios, como uma reforma tributária bem estruturada. A diminuição dos custos logísticos e de energia, entre outras medidas, são também indispensáveis. A cerâmica está na defesa da reindustrialização do Brasil”, conclui o diretor.
Por Redação DRC