Câncer é o nome dado ao conjunto de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado das células.
Estas, podem invadir tecidos e órgãos, podendo se espalhar para outras regiões do corpo. Pode se desenvolver em qualquer órgão: pulmão, rins, cérebro, intestino, mama, pele, etc. No cólon, aparece como transformação anormal do crescimento das células do intestino, que formam pequenas elevações na sua parede, que são denominadas de pólipos.
Cerca de 15 a 20 por cento da população apresentam essas transformações. Tais lesões, entretanto, devem ser totalmente removidas. Inicialmente, um pólipo tem um caráter benigno, que são chamados de pólipos adenomatosos. Com o passar dos anos, esses pólipos podem se transformar em lesões malignas, que são os adenocarcinomas. Após a retirada e ressecção dos pólipos benignos, 30 por cento dos indivíduos ainda podem apresentar novos pólipos.
Desta forma, exames periódicos devem ser solicitados. São as colonoscopias de controle, explana o Doutor Marco Antônio Carvalho, gastroenterologista e endoscopista que, a pedido do Diário do Rio Claro, prontificou-se a falar a respeito do câncer colorretal, uma vez que estamos em pleno Março Azul-Marinho, período destinado à conscientização e prevenção desta enfermidade.
Sinais e sintomas
De acordo com Carvalho, o câncer colorretal cresce lentamente e um longo período pode passar até que os sintomas apareçam, que vão depender da localização da lesão, da sua extensão e das complicações. Alguns dos principais sintomas são: sangue nas fezes, que normalmente não é visto; diarreia ou constipação; sensação de que o intestino não é completamente esvaziado; dor abdominal tipo cólica; inchação abdominal; cansaço; fadiga; e perda de peso sem motivo aparente.
Deve-se salientar, entretanto, que esses sinais e sintomas não são exclusivos do câncer colorretal, e podem estar associados a outras doenças. O especialista destaca que, desta forma, um médico deverá ser consultado para um diagnóstico preciso e início do tratamento adequado.
Diagnóstico
O exame de triagem principal é a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Em sendo positivo, o paciente será encaminhado para uma colonoscopia, que vai estudar todo o cólon. Através deste procedimento, podem ser realizadas biópsias das lesões encontradas, e consiste na retirada de pequenos fragmentos. Os pólipos também devem ser removidos por completo.
Há também a retossigmoidoscopia flexível, que estuda somente um terço do colón, o reto e sigmoide, local preferencial para o aparecimento do câncer colorretal.
Carvalho faz menção também à tomografia virtual. Trata-se de uma colonoscopia por tomografia. Entretanto, é realizada em poucos centros e é um método caro. “Outros exames poderão ser também solicitados para complementação diagnóstica como, por exemplo, exames de laboratório, tomografia abdominal, ultrassom, ressonância magnética, raio-x contrastado do intestino, PET-TC, que é uma espécie de tomografia, e raio-x de tórax. Deve-se salientar que esses exames somente devem ser solicitados por um profissional habilitado, sendo estudado caso a caso”, orienta.
Tratamento
“Ressecção cirúrgica, às vezes culminada com quimioterapia e/ou radioterapia. O método endoscópico também pode ser uma opção”, afirma Carvalho.
Chances de cura
O especialista afiança que, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor será o prognóstico, que é a chance de cura após o tratamento. “Essa chance de cura é representada pela taxa de sobrevida, a qual é baseada em período de cinco anos”, explica Carvalho.
Fatores de risco
Carvalho enumera os principais: idosos e adultos acima de 50 anos; dietas ricas em gorduras, carboidratos e refinados; dietas ricas em pro teínas: carnes vermelhas e carnes processadas; dietas pobres em fibras alimentares; sedentarismo; álcool em excesso; o fato de já ter tido pólipos; o fato de já ter tido câncer colorretal; doenças inflamatórias intestinais; hepatite B; herpes papillomavirus; síndromes hereditárias familiares; e outros.
Prevenção
“Prevenção é tudo. Devemos fazer uma dieta rica em fibras alimentares; evitar carnes vermelhas e processadas; e praticar exercícios físicos a fim de prevenir a obesidade. Essas medidas, porém, não são 100 por cento eficazes. Orienta-se a dar início ao rastreamento do câncer colorretal aos 50 anos. E mais: ficar atento aos sinais de alerta e, se porventura houver casos na família, esse rastreamento deverá ser iniciado mais precocemente. Na dúvida, consulte sempre um médico.”