Renault produzirá novo SUV no Brasil
Três novidades anunciadas pela Renault prometem chacoalhar seu portfólio brasileiro. Além de planejar a produção de um motor 1.0 turbo, a montadora com fábrica em São José dos Pinhais (PR), vai montar um novo SUV sobre a plataforma CMF-B, modular e base de modelos europeus mais modernos da marca e fruto da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.
A mesma plataforma permitirá a montagem de novos produtos e até de modelos eletrificados. “A chegada da moderna plataforma CMF-B, juntamente com um novo motor 1.0 turbo dão continuidade à nossa estratégia de reforçar nossa presença em segmentos mais altos do mercado, coerente com o plano estratégico Renaulution”, disse Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil.
A estratégia da francesa é subir a régua, com veículos de maior valor agregado e, consequentemente, maior rentabilidade.
Stellantis mira na eletrificação
Durante a apresentação do plano estratégico do Grupo Stellantis até 2030, em Amsterdã (Holanda), o CEO Carlos Tavares antecipou o primeiro Jeep 100% elétrico, que será lançado no primeiro semestre de 2023.
A ideia do grupo é utilizar nele a plataforma CMP, do Grupo PSA, e usada nos Peugeot 208 e 2008 e Citroën C3. Seria a solução para todos os carros compactos, porque trata-se de uma arquitetura moderna, que aceita versões elétricas. Outros dois modelos totalmente elétricos serão lançados até 2025 – um SUV médio e um modelo off-road.
O futuro das marcas sobre o guarda-chuva Stellantis (Fiat, Jeep, Chrysler, RAM, Opel, Peugeot e Citroën) será a eletrificação. O conglomerado pretende expandir dos atuais 19 para 45 elétricos até 2024 e mais de 70 modelos até 2027. Outra meta é ter 100% de seus carros na Europa e 50% nos EUA elétricos até 2030.
O mercado brasileiro não foi citado, mas a marca já havia antecipado que um elétrico está a caminho. Especula-se que seja a versão 4xe do Jeep Compass.
Caoa tira três modelos de linha
Sem alarde, a Caoa tirou de campo três carros, dois da Hyundai montados no Brasil e um da Chery, por não atenderem às novas normas do Proconve L7. Dois deles saem de cena – o ix35 e o Tiggo 2 – enquanto o Tucson teria sua produção suspensa.
Produzido em Anápolis (GO), ix35, sem substituto, não justificaria maiores investimentos. Já o Tucson, que sai da mesma planta, tem planos de ser renovado ainda para este semestre.
Tiggo 2 também dá adeus
O Grupo Caoa também aposenta o primeiro Chery que lançou no país, em 2018: o Tiggo 2. Com produção em Jacareí (SP), perdeu espaço para o Tiggo 3x, lançado em 2021, mais moderno e eficiente – traz motor turbo 1.0 de 102 cv.
O motor aspirado 1.5 de 115 cv do Tiggo 2 não atende às novas normas de emissões.
Hyundai HB20 é o mais vendido em São Paulo
Mesmo com o aumento de 3% nos emplacamentos de autoveículos em fevereiro, o primeiro bimestre registrou redução de vendas na ordem de -26% em comparação a 2022.
“Acreditamos que, com a diminuição do IPI, promovida pelo Governo, o mercado de veículos poderá ser favorecido, principalmente, para as marcas cujas montadoras mantiverem os preços dos produtos inalterados e também aplicarem a redução da alíquota do IPI”, disse José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave, que representa as concessionárias.
Para ele, este é o momento ideal para comprar um veículo, em função do preço reduzido.
No estado de São Paulo, hatches e sedãs compactos e SUVs estão entre os mais vendidos até a primeira semana de março. Confira:
Modelo Unidades
1º Hyundai HB20 | 3.492 |
2º Chevrolet Onix | 2.837 |
3º Jeep Compass | 2.747 |
4º Volkswagen T-Cross | 2.679 |
5º Fiat Strada | 2.121 |
6º Hyundai Creta | 1.943 |
7º Renault Kwid | 1.780 |
8º Hyundai HB20S | 1.765 |
9º Jeep Renegade | 1.560 |
10º Chevrolet Onix Plus | 1.501 |
Vendas de janeiro à primeira semana de março / Fonte: Fenabrave
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: lucia@viadigital.com.br