Brasileiros querem ter carro eletrificado por status e isenções
Um modelo híbrido ou elétrico na garagem está nos planos de 65% dos brasileiros que pretendem comprar um carro novo nos próximos 3 meses. Os dados fazem parte de um estudo da Offerwise, a pedido da Google, que ouviu 1.200 pessoas em todas as regiões do país.
O apelo tecnológico (37%) e os benefícios em menores custos e isenções (35%) são os principais fatores que motivam o consumidor a buscar essas opções eletrificadas, enquanto apenas 27% priorizam a questão ambiental.
O modelo eletrificado é um objeto de desejo e, de acordo com os entrevistados, quem tem um elétrico ou híbrido é uma pessoa bem-sucedida (para 98%) e ligada à tecnologia (69%). Atrelar a imagem dos donos desses carros à preocupação ambiental foi indicada por 48%.
Entre as prioridades, 18% buscam apelo emocional, 17% conforto, 15% autonomia, 12% preço, 11% segurança e 4% conectividade. A maioria dos entrevistados é das classes A e B (60%) e para 71% o automóvel é um meio de se locomover com segurança e conforto.
“O consumidor começa a ver as marcas não só como montadoras, mas também como uma indústria de tecnologia. Isso requer que as empresas repensem sua estratégia, para vender serviços associados aos seus produtos, e investir na percepção de eficiência, segurança e entretenimento”, afirma Lara Guedes, head de negócios para o segmento de Mobilidade do Google Brasil.
Dos insights dos brasileiros na Busca do Google, sedãs e picapes foram os que mais cresceram entre os zero-km. Quando a pesquisa é de modelos usados, destaque a SUVs e esportivos. Os utilitários esportivos lideram nas pesquisas por eletrificados, mas a busca por sedãs elétricos e híbridos dobrou.
Executivo diz que é possível a volta do ‘carro popular’
O encarecimento dos carros é ruim para o mercado em geral e ainda dificulta um incremento de volume perseguido pela indústria de veículos e autopeças.
Diante deste cenário, Antonio Filosa, presidente da Stellantis América do Sul (grupo que detém as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram) sugere que o Brasil tenha uma espécie de “câmara setorial” para voltar a ter carros mais acessíveis.
As declarações foram feitas pelo executivo durante o Seminário Megatendências 2023 – O Novo Brasil, organizado pela AutoData Editora, na semana passada.
Para ele, é preciso que Anfavea (com seu papel de eficiência), governo (com carga fiscal e solução de acesso ao crédito), Sindipeças e Fenabrave (concessionários) se reúnam encarando um projeto social, no desenvolvimento de empregos, da indústria e de competências locais.
“Se conseguirmos emplacar um projeto de carro popular ou de low cost haveria uma migração (de moto ou veículo usado para esse novo tipo de carro), e beneficiaria a indústria e os consumidores. É um projeto estratégico para a indústria e deve ter a participação igual de cada um dos interlocutores”, afirma.
Sobre a atual “crise de demanda”, Filosa disse que os números de março vão mostrar que o segmento automotivo está em recuperação. Além disso, o chefão da Stellantis está otimista com as perspectivas de prosperidade no agronegócio a partir abril: a injeção de dólares vai incentivar a compra de picapes, SUVs e vans.
Kia também oferece seu caminhão agora 4×4
Foi só a Caoa Hyundai anunciar a venda do caminhãozinho HR com tração 4×4, que a Kia se antecipa e lança o Bongo também com tração nas quatro rodas. Lá fora eles são “irmãos”, porque Kia e Hyundai fazem parte do mesmo grupo. Por aqui, as importadoras são concorrentes.
O novo Bongo K2500 4×4 2024, montado no Uruguai, foi anunciado por R$ 164.990. O motor é o turbodiesel 2.5 de 130 cv com câmbio manual de 6 marchas. Para atender às normas ambientais, passa a utilizar Arla 32 (reagente de ureia para reduzir emissões).
A capacidade de carga é de 1.811 kg e o utilitário pode ser dirigido por quem tem habilitação categoria B.
Volks anuncia primeiro CEO brasileiro
Pela primeira vez, a Volks tem um presidente brasileiro: Ciro Possobom foi anunciado como novo CEO da Volkswagen do Brasil. Ele se reportará diretamente a Alexander Seitz, Chairman Executivo da Volkswagen América do Sul. Até então, apenas estrangeiros ocuparam o cargo de CEO na montadora.
Desde 2019 na empresa, Possobom foi e vice-presidente de Finanças e Estratégias de TI do Brasil e América do Sul. Por 21 anos, ele atuou na área financeira da Aliança Renault-Nissan no Japão, França e depois Brasil.
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. E-mail: lucia@viadigital.com.br