Brasil vive crise de oferta
Depois de uma leve melhora nas vendas em novembro (6,5% sobre outubro), a Anfavea, que reúne as montadoras, registrou 1,913 milhão de unidades licenciadas de janeiro a novembro e perspectivas de encerrar o ano com alta de 6 a 10% sobre 2020. Este foi um baixo crescimento diante da expectativa inicial, que chegou a 25%.
A crise, ressalta a entidade, é de oferta e não de demanda, por conta da falta de componentes que paralisam as linhas de produção, sobretudo os microchips ou semicondutores.
Por causa disso, montadoras possuem em seus pátios muitos veículos incompletos, à espera de componentes eletrônicos. E nas concessionárias, as filas de espera chegam a 6 meses, conforme o modelo.
SUVs e picapes se destacam nas vendas
Entre os segmentos, o ano de 2021 ficará marcado pelo forte crescimento das picapes (aumento de 28,4% sobre 2020) e dos SUVs, que evoluíram 30% nas vendas e possuem 45% de participação de mercado entre os automóveis.
Neste fenômeno, vemos que no ranking dos dez mais vendidos no ano, a Strada lidera e a Toro, ambas da Fiat, é o quinto autoveículo mais emplacado do país. Os SUVs Renegade, Compass e Creta também estão entre os mais vendidos.
Strada recebe câmbio automático
A líder Strada quer mais. Esta semana a Fiat lança a picape com a opção do câmbio automático. Preços e versões só serão conhecidos dia 10, mas para se ter ideia, hoje os valores das versões da Strada com motor 1.3 e cabine dupla vão de R$ 98.990 a R$ 102.990.
Antiga demanda, principalmente depois de sacramentar a versão mais espaçosa de cabine dupla, a caixa CVT será associada ao motor 1.3, assim como no SUV Pulse e poderá ter algum novo ajuste em potência e torque.
Assim, será mais um duro golpe contra a Volkswagen Saveiro, sua única concorrente atualmente. A picape da Fiat tem 80% desse segmento. Até novembro, foram emplacadas 100.041 Stradas versus 24.195 Saveiros.
Nova Fiorino fica mais eficiente
Além de picapes e SUVs, o segmento de furgões apresentou alta de 27,8% nas vendas este ano. Com crescimento do e-commerce e delivery, esses veículos comerciais tornaram-se bastante valorizados.
A Fiat, para atender à nova legislação de emissões Proconve L7, aproveitou para renovar o furgão Fiorino. O motor Evo 1.4 flex de até 86 cv que foi modificado para ficar mais eficiente, assim como relações de marcha para deixá-lo mais ágil nos percursos dentro da cidade.
A frente renovada lembra partes do Uno e por dentro, o acabamento segue tendências da Strada, Mobi e Uno. À venda na única versão Endurance, custa R$ 99.990. Traz de série direção hidráulica, ajuste de altura no banco do motorista, vidros e travas elétricos, ar-condicionado, predisposição para rádio, alarme, faróis de neblina e chave com telecomando.
A Fiorino detém 92% do mercado de furgão pequeno e briga com furgões maiores, que custam quase o dobro.
Evoque volta a ser nacional
As primeiras unidades da nova geração do Evoque já estão saindo da linha de produção da Land Rover de Itatiaia (RJ). Além do Evoque, essa planta ainda é responsável pela fabricação do Discovery Sport.
O Evoque nacional é montado sobre a mesma plataforma da versão importada e passa a oferecer duas versões com motor flex turbo 2.0 de 250 cv. Elas contam ainda com novo design de rodas, teto solar panorâmico, sistema de som Meridian e novo sistema de infoentretenimento Pivo Pro.
O novo Range Rover Evoque chega este mês às lojas na versão SE custando R$ 377.950 e R-Dynamic HSE, a R$ 407.950.
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: lucia@viadigital.com.br
Por Lucia Camargo Nunes* / Foto: Divulgação