A coleta seletiva é uma prática ecológica atribuída aos cidadãos, incentivando e promovendo a separação de materiais com a proposta de reduzir, reutilizar e reciclar estes, contribuindo com a vida útil de aterros sanitários e diminuindo o grau de impacto ao meio ambiente.
Essa prática engloba benefícios que vão desde a economia de matérias-primas, energia e redução de gases causadores do efeito estufa, bem como proporciona melhores condições de vida, a partir da criação de novas fontes de renda e emprego no quesito da dimensão social, e garantia de melhoras na qualidade da limpeza urbana.
Para a implantação do programa da coleta seletiva é necessário seguir etapas que partem da identificação dos tipos de materiais coletados, às características físicas do local, tipos de mercados para os produtos recicláveis, análise de preços e compradores para alavancar as vendas, e os meios de transporte e distribuição, a partir de um planejamento criterioso e estruturado.
Outra etapa diz respeito à mão de obra da coleta seletiva, e a divisão das tarefas em grupos de pessoas que tenham habilidades no processo de separação dos materiais, fornecendo treinamento a fim de criar maior conhecimento sobre os tipos de itens considerados reaproveitáveis.
As associações/cooperativas de resíduos sólidos são compostas de homens e mulheres que trabalham na coleta e reciclagem de materiais recicláveis separados nas categorias: papel (papel jornal, papel revista, papel branco, papelão e embalagens Tetra Pak), plástico (PET, PEAD, PEBD, PVC, PS e PP), metal (cobre, alumínio e sucata de ferro), vidro (vidro escuro e vidro branco) e isopor.
Alguns materiais são vendidos e reutilizados por terceiros, outros que não sofrem transformação são apenas coletados, separados e enfardados.
No município de Rio Claro, existem organizações assim: a Cooperativa COOPERVIVA e a Associação NOVO TEMPO, ambas com estrutura jurídica e estatutos próprios, sendo responsáveis pelo recebimento de todo material reciclável coletado e separado nos bairros do município.
Para a manutenção da coleta seletiva, é imprescindível o acompanhamento e gerenciamento dos materiais, o levantamento da quantidade coletada, o balanço financeiro das receitas auferidas, atividades de sensibilização e informação em canais de comunicação.
Para a efetivação do processo de coleta seletiva faz-se necessário o entrelaçamento de três pontos fundamentais: a destinação, o processo logístico e a atividade de Educação Ambiental que, associados, constroem o caminho para o alcance de resultados consistentes e satisfatórios.
Portanto, para a eficácia da coleta seletiva, tem-se a necessidade da participação de toda sociedade civil, poder público, e do fundamental papel exercido pelos trabalhadores da coleta seletiva. Essas ações pautadas em um sistema de conscientização ecológica colaboram para a promoção da educação ambiental e contribuem veementemente com o equilíbrio do ambiente.
Éder Rodrigo Varussa – Gestor e Educador Ambiental, Doutorando em Geografia pela UNESP, Mestre em Geografia – Linha de Pesquisa: Territórios, Mutações Econômicas e Políticas Públicas. Especialista em Gerenciamento Ambiental e Sustentabilidade na área de Ecologia Aplicada. Bacharel em Administração Empresarial com ênfase em Economia.