Em 2021, os clubes de futebol do Brasil, juntos, obtiveram uma receita total de R$71 bilhões, a maior da história. Os valores são 35% maiores, se comparados aos de 2020.
O estudo é da EY, empresa especializada no mercado esportivo, e para fazê-lo, ela se baseou no desempenho financeiro de 17 equipes que disputam a série do Campeonato Brasileiro e de outras 8 equipes que disputam a Série B.
Essa receita expressiva tem muito a ver com a diminuição da pandemia, e a volta do público aos estádios. Vale destacar que parte da arrecadação apurada em 2021 corresponde a 2020, cuja temporada, com jogos das finais do Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores terminou atrasada.
Entre as maiores fontes de arrecadação dos clubes no ano de 2021 estão os direitos transmissão de TV e premiações (R$ 3,5 bilhões), transferência de jogadores (R$ 1,4 bilhão), patrocínio (R$ 1,1 bilhão) e matchday (R$ 613 milhões).
O matchday que significa “dia de jogo” tornou-se uma substancial fonte de receita para os clubes. Porque é quando os torcedores consomem dentro do estádio nas áreas de alimentação ali instaladas e compram produtos da marca do time. Daí, a importância de ter um estádio novo e moderno, a exemplo de Palmeiras e Corinthians.
CAMPEÕES DE ARRECADAÇÃO
O clube brasileiro que mais encheu os cofres em 2021, foi o Flamengo. O Rubro-Negro carioca atingiu a expressiva cifra de R$ 1 bilhão, o que representa um aumento de receitas de 62% em relação ao mesmo período de 2020. Ultrapassou inclusive o Palmeiras, em termos de patrocínio.
O clube paulista, é o segundo entre os brasileiros que mais arrecadou em 2021. O Palmeiras atingiu R$ 977 milhões em arrecadação. Sem considerar a receita oriunda das vendas de jogadores, o Palmeiras, atual campeão da Libertadores registrou a maior receita: R$ 838 milhões, cerca de R$ 428 milhões a mais do que em 2020 e R$ 35 milhões acima do obtido pelo Flamengo.
O estudo da empresa EY destaca que existe uma concentração de renda importante entre os cinco clubes brasileiros que mais arrecadaram dinheiro em 2021. Juntos, eles somam 50% de toda a receita arrecada pelos clubes que integram o estudo.
Pedro Daniel, executivo da empresa EY, alerta que está acontecendo no Brasil, a mesma concentração de renda, entre alguns clube de maior expressão, que ocorre na Europa há algum tempo. Como exemplo, ele cita a diferença descomunal entre o que arrecadou o Flamengo, em 2021, cerca de R$1 bilhão se comparado aos R$70 milhões arrecadados pelo o Cuiabá-MT, ambos integrantes da Série A do Campeonato Brasileiro.
SUPERÁVIT
Após déficit de mais de R$ 1 bilhão em 2020 provocado pela pandemia de coronavírus, os clubes brasileiros apresentaram superávit de R$ 441 milhões em 2021, o melhor resultado em dez anos. O Flamengo é dono do maior superávit do exercício (R$ 178 milhões), seguido pelo Palmeiras (R$ 123 milhões), ambos impulsionados pelas receitas referentes a direitos de transmissão e premiações por conquistas.
ENDIVIDAMENTO
O endividamento líquido dos clubes apresentou uma queda de 8%, caindo de R$ 11 milhões para R$ 10,1 milhões. As dívidas tributárias, por outro lado, subiram de R$ 3,4 bilhões para R$ 3,5 bilhões. Palmeiras, Santos e Flamengo foram três dos que reduziram suas dívidas.
O Atlético-MG registrou ainda aumento de R$ 75 milhões, e é a equipe com o maior endividamento líquido. As dívidas do clube mineiro alcançaram R$ 1,3 bilhão. A agremiação de Belo Horizonte é também a dona da maior dívida originária de empréstimos: R$ 580 milhões, à frente de Athletico-PR (R$ 291 milhões) e São Paulo (R$ 214 milhões).
Outro time de Minas, o Cruzeiro, é o segundo com o maior endividamento líquido. Deve R$ 1 bilhão, à frente do Corinthians, o terceiro neste ranking de dívidas, com R$ 928 milhões. O Corinthians amargou também o maior endividamento tributário entre os clubes analisados:
Colaboração Geraldo José Costa Jr / Fonte: Site Futebol Interior