Reunidos em um hotel em São Paulo, na manhã de ontem, representantes de 8 clubes do futebol brasileiro assinaram o termo de fundação da LIBRA (Liga do Futebol Brasileiro). Corinthians, Palmeiras, Ponte Preta, RB Bragantino, São Paulo e Santos são os signatários. No total, 6 clubes da Série A e 2 da Série B do Campeonato Brasileiro firmaram o documento.
Segundo o que foi apresentado, o objetivo da LIBRA é assumir a organização do Campeonato Brasileiro num curto espaço de tempo. Uma nova reunião está marcada para quinta-feira (12), dessa vez, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com a presença dos 40 clubes que atualmente compõem as séries A e B do Brasileirão.
Velha história
A pretensão de criar uma liga independente para o futebol brasileiro, relegando a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ao ostracismo, não é nova, e vez por outra, ressurge no cenário do futebol nacional.
Agora, entretanto, as últimas movimentações nesse sentido, sugerem que a coisa é realmente séria, como o leitor do D’Esportes saberá mais adiante.
Não há todavia, unanimidade entre os principais clubes de futebol do Brasil. Isto porque, um outro grupo denominado “Futebol Forte” e liderado pelo Athletico Paranaense promete impor resistência à recém fundada LIBRA.
Desse grupo, também fazem parte Atlético-GO, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá-MT, Fortaleza, Goiás e Juventude. Atlético Mineiro e Fluminense-RJ ainda não se posicionaram a respeito do assunto.
Negociações e valores
Sabe-se que uma empresa especializada em gestão esportiva, a Codajal Sports Kapital, ligada ao advogado Flávio Zveiter, estaria apoiando a iniciativa dos 8 clubes fundadores da LIBRA.
Como já mencionado anteriormente, a ideia da criação de uma liga independente para o futebol brasileiro não é novidade. Em novembro/2021, 18 clubes assinaram um documento de intenções com a empresa Codajal Sports Kapital, no qual se comprometiam a avançar nos estudos para a criação da Liga.
O documento, que não tem caráter vinculante, geraria, contudo, aos clubes integrantes da Liga, algumas obrigações com a Codajal, dentre elas, a não venda de nenhum direito de transmissão ou comercial relacionado ao Campeonato Brasileiro, para o período após 2024 e, também, a cessão à Codajal do direito de cobrir propostas financeiras por período pré-determinado de 1 ano, caso surjam ofertas de empresas concorrentes ao negócio.
O advogado Zveiter, na oportunidade, sugeriu que uma Liga de clubes brasileiros estaria avaliada em US$ 4 bilhões (dólares). A ideia, segundo ele, seria negociar a venda de 25% desse valor com uma empresa denominada Advent International, que já fizera, inclusive, negócio semelhante no futebol italiano.
O valor de US$ 1 bilhão (dólares), gerado com a venda dos 25% da Liga, seria então, repassado para os clubes integrantes da mesma que assim, poderiam pagar suas dívidas e passarem por uma profunda e necessária reestruturação.
Em 2021, fontes ligadas ao dirigente Mário Celso Petraglia, do Athletico Paranaense sugeriam que o motivo da resistência do “Furacão” em aderir à Liga, seria o fato de Petraglia temer que o acordo com a empresa Codajal pudesse impedir a negociação com outras empresas interessadas em operacionalizar a Liga.
Além disso, o dirigente do clube paranaense temeria à época, que os valores estimados de uma eventual negociação com a Codajal Sports Kapital estivessem subvalorizados.
Aguardemos os próximos capítulos.
Colaboração Geraldo José Costa Jr / Foto: Divulgação