A cicatrização é um fenômeno natural do corpo de reparar e regenerar tecidos danificados após a ocorrência de lesões, feridas e cirurgias, e está diretamente relacionada à saúde. Ela consiste em três estágios principais: inflamação, proliferação e remodelação. Durante a inflamação, o corpo limpa e protege a ferida contra infecções. Na fase de proliferação, as células produzem novas células para reparar o tecido danificado. Por fim, a remodelação reorganiza e fortalece o tecido.
“Embora muitos não saibam, a cicatrização desempenha papel crucial no funcionamento adequado dos órgãos e sistemas do corpo. Quando inadequada pode levar a complicações graves, como deformidades, dor e limitações na movimentação, piorando a qualidade de vida”, explica o cirurgião plástico Fernando Amato.
Amato, que é membro da Sociedade Brasileira de cirurgia Plástica (SBCP), apresenta pontos que merecem atenção para que a cicatrização ocorra sem intercorrências, não colocando em risco a cirurgia e – consequentemente a saúde do paciente.
Controle o Risco de Infecção
A infecção pode ser um grande obstáculo no caminho para uma cicatrização adequada, já que pode intensificar a inflamação e atrasar o processo. Portanto, é vital seguir rigorosamente as instruções pós-operatórias do cirurgião plástico.
Tensão na Cicatriz
Amato conta que movimentos repetitivos ou atividades físicas intensas podem aumentar a tensão sobre a cicatriz, podendo deixá-las mais largas e elevadas. Por isso, é recomendado que respeitar o período de repouso adequado e seguir as diretrizes de atividade física pós-operatória.
Alimentação
Uma alimentação saudável e equilibrada é um dos pilares da recuperação. “Nutrientes como vitaminas C e E, zinco e proteínas são essenciais no processo de cicatrização saudável. Além disso, hidratar-se adequadamente contribui significativamente para a formação de colágeno e regeneração celular”, explica o cirurgião plástico.
Exposição ao Sol
A exposição ao sol pode resultar em hipopigmentação ou hiperpigmentação, tornando a cicatriz mais visível. Contudo, a proteção solar e a limitação da exposição direta são medidas imprescindíveis durante o período de cicatrização.
Cigarro
O tabagismo pode comprometer significativamente a circulação sanguínea, reduzindo o aporte de oxigênio aos tecidos, o que atrasa o processo e aumenta o risco de complicações pós-cirúrgicas. Portanto, é altamente recomendado parar de fumar antes da cirurgia e durante o período de recuperação. “Aproveite esse tempo longe do cigarro e tente não voltar a usá-lo, já que além de interferir na cicatrização, ele é responsável por desencadear diversas doenças, inclusive o câncer”, recomenda Amato.
Genética
Fernando Amato conta que a genética também desempenha papel importante no desenvolvimento da cicatriz, levando algumas pessoas a terem predisposição a cicatrizes hipertróficas ou queloides, exigindo cuidados pós-operatórios mais intensivos.