O mês de outubro trouxe chuva e elevou as expectativas dos gertrudenses quanto à reposição do córrego Santa Gertrudes, manancial de captação de água do município, que se encontrava em condições críticas por causa do longo período de estiagem vivenciado em toda a região.
As pancadas de chuva que atingiram a cidade nos primeiros 20 dias deste mês contribuíram com 76,7 milímetros, de acordo com dados do monitoramento pluviométrico da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro. A chuva aliviou os efeitos da estiagem e ajudou a elevar a capacidade do manancial, porém o impacto ainda é pouco significativo para a plena recuperação dos rios.
O córrego Santa Gertrudes, que chegou a ficar com o mínimo de 40% da sua capacidade, atualmente encontra-se com 54%, ou seja, ainda está em estado de atenção.
A BRK, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto em Santa Gertrudes, esclarece que, apesar da capacidade do manancial ter se elevado, ele ainda está em situação de atenção e, com isso, a condição do abastecimento no município também é de alerta.
“Além do nível do córrego Santa Gertrudes, há outros importantes aspectos que precisam ser considerados neste momento, como a recarga do lençol freático e a recuperação das represas São Bento I e II, localizadas a montante da represa Harmonia, que abastece o manancial da cidade”, explica Rogério Lima, gerente de operações da concessionária.
Para a recarga do lençol freático, o gerente esclarece que, primeiramente, é necessário que as chuvas saturem o solo, que estava bastante seco, e a vegetação. “Quanto mais seco o solo estiver, maior o volume necessário de água infiltrada para saturar, ou seja, para encharcar o solo de modo que o excedente infiltre e atinja as camadas inferiores do subsolo”, detalha Lima.
O gerente acrescenta que o processo de recarga do lençol freático é uma condição importante para Santa Gertrudes, especialmente porque o abastecimento de água no município também decorre da captação em três poços subterrâneos responsáveis por 16% da produção de água na cidade.
Quanto ao córrego Santa Gertrudes, a recarga completa do manancial se dará a partir do momento em que o índice pluviométrico ocorrer dentro da média de 844 milímetros no acumulado de janeiro a setembro. Neste ano, no entanto, o volume acumulado até setembro foi de 592,93 milímetros, o menor volume desde a crise hídrica de 2014.
Em setembro, o índice pluviométrico registrado em Santa Gertrudes foi de apenas 9,53 milímetros, ou seja, 24% abaixo do volume registrado no mesmo mês em 2014, quando foram contabilizados 12,6 milímetros.
Diante de tais condições, a BRK reforça a necessidade de se manter o consumo consciente, sem desperdícios de água. Em setembro, foram consumidos em Santa Gertrudes 124,9 milhões de litros de água, 8% a mais que o consumo registrado em agosto, de 114,7 milhões de litros. “É importante que todas as pessoas se mantenham atentas ao consumo de água. Estamos vivenciando um ano atipicamente mais seco e, apesar das recentes chuvas, precisamos nos manter focados num consumo consciente e sem desperdícios até a plena recuperação de nossos mananciais”, reforça o gerente.
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