Com o tema “Sáfari Fotográfico em Paris”, o chefe escoteiro Danilo Hildebrand Russo – Grupo Escoteiro Marechal Rondon 41/SP de Rio Claro foi o vencedor do Prêmio Walter Dohme 2020 e conquistou o Troféu Alertino.
Esta foi a quinta edição do prêmio que visa, conforme o regulamento, reconhecer os adultos voluntários (escotistas, dirigentes, contribuintes, membros do Clube da Flor de Lis) atuantes em Unidades Escoteiras Locais – UELs (Grupos Escoteiros/Seções Autônomas) da Região Escoteira de São Paulo que contribuem de forma exemplar e efetiva para a correta aplicação do Programa Educativo e do Método Escoteiro, bem como, para uma melhor gestão organizacional, no cumprimento da missão do Movimento Escoteiro de educar jovens para a vida e na construção de um Mundo Melhor.
O chefe de escoteiros Danilo, da tropa Tupã, tem uma longa história no movimento escoteiro, ingressou com apenas 11 anos, vivenciou por 6 anos, depois disso foi estudar, morou fora, se formou na faculdade. Mas depois de um tempo retornou como voluntário a pedido da filha que, com 7 anos, também se interessou. “Hoje tenho 47 anos e faz quase 3 que retornei ao movimento através da minha filha, que quis entrar pelas histórias que eu contava. Resolvi vivenciar essa nova forma de fazer escotismo que é através do voluntariado, aqui em Rio Claro todos são voluntários. É muito gostoso, dá muita satisfação em trabalhar”, declara o chefe ao Diário do Rio Claro.
A atividade que rendeu o prêmio faz parte do método educativo dos escoteiros, porém neste ano, devido à pandemia precisou ser adaptada e claro a forma online foi a alternativa encontrada que, segundo Danilo, foi surpreendente para todos. “No início do ano, tínhamos em média 20 jovens no meu grupo que pediram essa atividade do Safari Fotográfico. É uma atividade que seria urbana onde saem pela cidade fotografando alguns pontos de interesse para aquela atividade. Já fizemos ambientes históricos de Rio Claro, como Praça da Liberdade, igreja matriz, eles aprendem sobre a história, depois reunimos essas fotografias e fazemos um bate papo sobre o assunto. Já fazia uns dois anos que não fazíamos um safari fotográfico e quando eles propõem, cabe aos chefes criarem ferramentas, datas e propósito para que se faça aquele evento”, destaca Danilo, mencionando ainda que, com o coronavírus que colocou todo mundo dentro de casa, criou uma dificuldade muito grande, para colocar essas crianças nas ruas, para que fizessem um trabalho coletivo que criasse discussão, que criasse um ambiente no qual pudessem explorar algo inovador e interessante. “Foi aí que tive a grande sacada que deu origem ao prêmio, eu disse vamos usar recursos do computador. Criei, através do Google Meet um encontro com eles, expliquei como usariam as ferramentas e propusemos a atividade. Eles não sabiam que ia acontecer naquela data, nem tema e o local que a galera ia passear, foi ai que fizemos todo um roteiro”, conta.
E já que o passeio seria virtual, eles poderiam conhecer qualquer lugar do mundo, e o escolhido foi Paris. “Ninguém tinha ido a Paris. Conhecemos através do computador com essa atividade. E porque o prêmio acabou vindo para nós, porque fiz uma adaptação do método educativo do escoteiro, sem fugir de forma alguma ao que os Escoteiros do Brasil orientam. Consegui através dessas ferramentas inovadoras para nós mesmos, porque usamos a internet para o dia a dia, mas é raro alguém usar para conhecer Paris, por exemplo. Tivemos feedback dos jovens muito positivo, daí fui incentivado pelos demais chefes a me inscrever no prêmio. Foi a primeira vez que inscrevi um trabalho meu no prêmio e fiquei muito contente por ser escolhido. Ficar entre os três e depois ganhar o prêmio. Estava concorrendo com trabalhos muito bons em prol da sociedade, dos jovens”, relata.
E para conhecer Paris o grupo se utilizou de ferramentas tecnológicas como, Google Maps, Street View e prints de tela que eram os recursos que tinham. “Conseguimos conhecer a geografia, história e um pouco dessa cidade fantástica que é Paris. Esta atividade que eu propus tem objetivo educacional. O escoteiro tem um programa educativo que nós educadores temos que seguir. Consta uma série de etapas, aprendizados que temos que passar com os jovens. No movimento escoteiro o jovem é o protagonista e é o grupo de jovens que define as atividades que eles gostariam e precisam fazer naquele período. Então a cada 3 ou 4 meses reunimos todos e fazemos uma eleição de quais são as atividades, os chefes servem como ferramenta para propiciar essa atividade para os jovens. Isso inclui desde acampamentos e uma série de outras atividades que já estão previstas nos guias, nos manuais. A medida que são conquistadas por eles é que recebem os seus distintivos e vão completando seu uniforme”, explica Danilo que é Chefe Escoteiro Assistente, idealizou, elaborou e executou a atividade com os jovens com a colaboração e avaliação do projeto da Chefe da Seção Escoteira Karen Paola Cesarano Ruivo Catanzaro.
Auxiliaram também na aplicação da atividade o Chefe Escoteiro Assistente Mateus Brunelli e a Chefe Escoteira Assistente Maria José Peres Lopes Brunelli. A atividade foi desenvolvida com crianças entre 10 anos e meio a 14 anos e meio, contou com 15 integrantes. Os participantes registraram um pouco da Cidade Luz como também é chamada, registraram pela tela do computador por exemplo, lojas e restaurantes renomados, Arco do Triunfo, Catedral de Notre-Dame, Museu do Louvre e a famosa e tão visitada Torre Eiffel que não poderia ficar de fora. “Os escoteiros estão acostumados a receber distintivos e prêmios colocados em seus uniformes que são muito bonitos, que tem todas essas ênfases que enaltecem as conquistas deles, os chefes não, e no caso esse prêmio vem valorizar o trabalho do chefe. Fico muito contente em saber que o meu voluntariado está tendo valor correto com o que tem que ser. Para mim o prêmio significa muita coisa, nós Escotistas passamos por uma série de treinamentos, aulas e instruções para ser um educador e o método é muito correto, adequado, moderno e é bacana de se seguir, mas é sempre importante ter o aval daqueles que estão dedicados a elaborar esses manuais e instruir os chefes mais graduados, quando fazem a votação e escolhem o melhor trabalho, escolhem do ponto de vista educacional, coerente com o que o método escoteiro pede para que a gente seja, daquilo que Baden-Powell idealizou como um movimento de jovens para jovens”, destaca.
A premiação que sempre ocorre ao final do Congresso Regional de Chefes dos Escoteiros também precisou ser virtual e pode ser conferida pelo link https://www.youtube.com/watch?v=5Vhe386YI3k.
Foto: Divulgação