A cidade de Rio Claro tem uma média de 204 mil habitantes.No dia a dia, já parou para pensar com quantas pessoas você acaba se deparando? Não dá para julgar pela figura, mas a Polícia Militar tem um trabalho diário para identificar quem está em dívida com a Justiça, ou seja, em situação de “procurado”.
Conforme dados apurados pelo Diário do Rio Claro, somente neste mês de setembro, em Rio Claro, a PM capturou 23 indivíduos procurados por crimes diversos. De janeiro a agosto deste ano, 193 indivíduos que estavam na condição de procurados pela Justiça foram tirados de circulação no município. No ano passado, no mesmo período, o número foi de 227 capturados.
O principal crime entre todos os capturados em Rio Claro é o roubo em geral, artigo 157 do Código Penal, de veículos, residências, transeuntes e outros. Em segundo aparece o tráfico de drogas, artigo 33.
O Capitão da Polícia Militar – Chefe da Comunicação Social do 37º Batalhão, Marcos Paulo Barreto, explica que tem várias formas de prisões que geram o mandado. “Temos as chamadas prisões sem pena, ou seja, o sujeito não foi condenado ainda. Então, está respondendo a um processo.
Prisão temporária, ele está respondendo a um inquérito policial e temos as prisões por efeito de condenação. Ele sofreu a condenação da justiça e já saiu com mandado de prisão a partir da sentença. Tem uma outra, que são os foragidos, presos que saíram nos indultos, conhecidos como ‘saidinhas’ de Natal, Dia das Mães, dos Pais, e não retornaram para os presídios. Assim sendo, são capturados pela polícia novamente”, afirma.
Ele destaca ainda a conduta do policial para identificar o sujeito, pois, em muitas ocasiões, o suspeito tenta se livrar passando até documentos falsos ou nomes de familiares. “O policial tem que ter uma perspicácia, uma sensibilidade para ir a fundo na pesquisa e identificar. Eles têm motivação natural, trocam informações, muitas vezes já sabem o ambiente que o procurado frequenta, bairro que mora. Tudo isso colabora”, acrescenta.
Outras fontes também ajudam a acelerar o processo e chegar na captura dos foragidos. Um deles é o Banco Nacional do Mandado de Prisão, onde constam todas as pessoas que são procuradas no país e os policiais têm acesso. “Nosso sistema de inteligência acessa diariamente para ver se há informação nova. Outra fonte é a remessa dos mandados de prisão expedidos pelo juiz.
O judiciário manda diretamente para gente. Temos um grupo no aplicativo do celular onde são repassadas as informações e fotos dos procurados, o artigo que está sendo procurado e quais são os últimos endereços deles”, afirma o Capitão.
O indivíduo que é julgado e condenado recebe a informação e, normalmente, está, sim, ciente da situação com a Justiça. Segundo Barreto, o sujeito é informado pelo advogado com a decisão também publicada no Diário Oficial. O correto seria que se entregassem, porém, quando são localizados pela polícia, tentam dar desculpas, mas, após todas informações checadas, acabam presos. “Se ficar dúvida e o suspeito não está com documento, pode ser levado até a delegacia para fazer a legitimação com as digitais”, afirma.
Segundo o levantamento passado ao Diário, o que chama a atenção é que boa parte dos procurados se encontra na rua mesmo, ou em empregos informais, ou, ainda, na prática de crimes. “Focamos bastante na captura de procurados por conta de termos conhecimento de que, normalmente, esses criminosos são reincidentes.
Então, eles estando em liberdade, vão praticar novos crimes. A prisão de pessoas foragidas tem impacto diretamente na redução dos indicadores criminais. Dificilmente, a polícia prende alguém em flagrante, e é a primeira passagem. Normalmente, praticou outro crime”, explica Capitão Barreto.