Na esteira da busca global por práticas industriais mais sustentáveis, o setor da indústria cerâmica de revestimento no Brasil emerge como um exemplo. Com um processo produtivo que economiza significativamente água, o país se destaca internacionalmente não apenas pela qualidade de seus produtos, mas também pelo compromisso com o meio ambiente.
De acordo com Ana Paula Margarido, superintendente do Centro Cerâmico do Brasil (CCB), a água é reconhecida como um recurso valioso, e a redução do seu uso e o reaproveitamento têm sido prioridades do setor.
“Todas as ações que geram essa redução ou reaproveitamento são indicadores fortes de responsabilidade ambiental”, declara Margarido. Ela ressalta ainda que a certificação conforme a NBR 14.001 e a análise de ciclo de vida dos produtos têm sido ferramentas-chave para demonstrar o alinhamento das empresas às boas práticas ambientais.
Ainda segundo Ana Paula, a adoção da norma ISO 17889-1 é outro marco significativo na evolução da pegada verde da indústria cerâmica brasileira. Essa norma, tratada dentro do Comitê Brasileiro-CB189, reforça o compromisso do setor com os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade, garantindo que as práticas adotadas estejam alinhadas com as diretrizes internacionais mais rigorosas.
Diretor de Relações Institucionais da Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), Luís Fernando Quilici, enfatiza que a Indústria Cerâmica Brasileira se destaca internacionalmente por seus números.
“Em comparação com outros países produtores, consumimos 30% menos água e reutilizamos 95% da água utilizada em nosso processo produtivo”, afirma Quilici. Ele cita que essa economia de recursos é uma singularidade brasileira, conferindo aos produtos cerâmicos do país um selo de sustentabilidade reconhecido mundialmente.
Além das práticas já consolidadas, a indústria está avançando em direção a novas formas de sustentabilidade energética. “Estamos caminhando para o uso do biometano como matriz energética e iniciamos estudos para a transformação dos veículos de nossa frota pesada do diesel para o gás natural”, revela Quilici. Essas iniciativas não apenas reduzem a pegada de carbono do setor, mas também o tornam mais resiliente e preparado para os desafios futuros.
Foto: Divulgação/Aspacer