Mais de 90 anos separam o patriarca, do membro mais novo da família. Aristóteles Costa, 91 anos, e a bisneta que acaba de chegar, está com cinco meses de vida. Os dois ainda nem se conhecem pessoalmente. E qual o motivo para que este encontro ainda não tenha acontecido? A resposta não é difícil, sim, o que os separa é a pandemia. Assim vai acontecer também na noite de Natal, em todos os anos as confraternizações da família reuniam mais de 70 pessoas, mas em 2020 tudo mudou.
Os encontros calorosos e com muita gente já não acontecem desde o início da quarentena para prevenir os familiares do novo coronavírus e tem dado certo, ninguém da família contraiu a doença. Portanto, a decisão de não se reunirem também na noite de Natal foi do próprio Aristóteles. “Nós já estávamos pensando em fazer uma comemoração virtual, mas meu próprio pai tomou a iniciativa, quando começaram a falar como seriam as festas de final de ano, ele disse, ‘olha os números estão crescendo novamente’, nós já tivemos alguns sustos, porque ele teve que ser internado duas vezes nesse período, mas felizmente não se confirmou a Covid e nem contraiu também durante a internação. Então ele falou, ‘vamos comemorar, vamos preservar, todo mundo se protegendo’”, contou o Professor José Luiz Riani Costa que é um dos filhos do senhor Aristóteles, que no total tem 13 filhos, as reuniões sempre reuniam também os netos e bisnetos.
“Mas este ano vai ser diferente: vamos fazer reuniões em pequenos grupos em nossas respectivas casas, e faremos uma reunião virtual desses vários núcleos. Na casa de meu pai, estarão reunidos somente seis pessoas que residem junto: ele, duas filhas e três netos. No meu caso, a micro família não é tão micro assim, pois são cinco filhos, morando em cidades diferentes, e cinco netos. Os filhos que moram mais longe não virão e os que moram mais perto se programaram para ficar as últimas duas semanas de isolamento mais intenso”, explicou o professor.
Para a “grande família” a prevenção tem sido a prioridade. E durante este período de celebração ver todos com saúde e celebrando o amor mesmo que distante é a grande satisfação. “Vamos nos proteger, aguardar a vacina e o controle da pandemia. Mas, o amor e a união não serão abalados por esse distanciamento físico. Consideramos que mais que a presença física, o amor deve se expressar pelo cuidado de uns com os outros. E nesse momento, fazer aglomeração é um risco muito grande”, ressaltou Riani.
O professor alerta que o importante é estarem juntos também em datas futuras. “Vamos nos preservar nesse Natal para podermos comemorar plenamente no próximo ano”, exclamou.
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