Acredito que devo começar esta coluna com a frase de um grande poeta: Mário Quintana. “O segredo não é correr atrás das borboletas, é cuidar do jardim para que elas venham até você”. A água é essencial à vida, por isso é cada vez maior a preocupação com a preservação dos recursos hídricos.
Muitos proprietários rurais com os quais mantemos contato alegam que gostariam de reflorestar nascentes, córregos e lagos em suas propriedades, mas o custo da implantação das mudas foge do seu orçamento. Nossa sugestão vem ao encontro das necessidades do meio ambiente e do proprietário rural que, com um pequeno investimento, terá renda segura para o restante de sua existência: “plante castanha de baru”.
O baru (dipteryx alata vog.) é uma espécie frutífera nativa do cerrado, pertencente à família ‘fabaceae’, com altura média de 15 metros, tendo caule reto e ramos lisos, floresce de outubro a janeiro e os frutos amadurecem entre março e agosto, produzindo cerca de 2.000 a 6.000 frutos por árvore.
Por se tratar de uma planta do cerrado, a produção de mudas objetiva estimular os produtores a mais uma alternativa de renda. Sendo assim, a aquisição de mudas pelos pequenos produtores, juntamente com orientação técnica, incentiva a restituição da espécie no cerrado local, podendo ser utilizada em Áreas de Preservação Permanente (APP) e como elemento de matas ciliares, tendo seu processo reprodutivo em plantios comerciais com seis a oito anos após sua implantação.
A polpa das castanhas do baru é utilizada na alimentação humana, sendo a polpa constituída especialmente de hidratos de carbono (63%), principalmente por amido, açúcares e fibras insolúveis. A castanha é consumida in natura ou torrada, contendo elevados níveis de lipídicos (42%), proteínas (30%), fósforo, manganês, cálcio, potássio, ferro, zinco, selênio e relevantes teores de hidratos de carbono e fibra.
É também conhecido por “viagra do cerrado” pois, além de proporcionar mais energia pela presença de zinco em sua composição, é importante na fertilidade tanto feminina, quanto masculina.
O óleo do baru age também como um ótimo hidratante para a pele e atenua a presença de estrias, além de ser excelente para massagens, pois é fino e de rápida absorção pela derme. Além disso, protege a pele dos raios solares e regenera a pele deformada por queimaduras devido à presença de vitamina E (a-tocoferol, o valor encontrado 5,00 mg/100g) e ácidos graxos. Amacia e proporciona um toque aveludado à pele por mais tempo, melhorando sua elasticidade.
Planta usada no paisagismo e na recuperação de áreas degradadas devido ao seu bom crescimento, baixa exigência de adubação e de manutenção, produz, no final da estação seca, alta qualidade de massa foliar, fixando nitrogênio e demais nutrientes ao solo. Sua polpa é consumida pelo rebanho bovino, tornando-se importante fonte complementar de calorias, rica em potássio e fósforo.
Madeira de cor clara, resistente, compacta, adequada para construção civil e naval, altamente resistente ao ataque de fungos e cupins. Um único baruzeiro adulto produz em média 140 quilos de frutos por ano, o que representa 42 quilos de polpa e 7,5 quilos de castanha. Plantando 275 baruzeiros por hectare, podemos atingir uma produção de 2 toneladas de castanha anualmente. Plante baru, invista no futuro!
Por Waldemar Bóbbo