Os dois homens acusados de envolvimento na agressão de um jovem por conta de um isqueiro, em Rio Claro, foram condenados a 9 anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Eles foram indiciados por tentativa de homicídio duplamente qualificado.
O Tribunal do Júri durou mais de 13h e terminou perto das 23h de quinta-feira (13). Os réus poderão recorrer da decisão em liberdade.
Os jurados entenderam que os condenados tentaram matar a vítima por motivo fútil e sem possibilidade de defesa. O juiz Wander Benassi Junior chegou a fixar pena de 10 anos e 10 meses. No entanto, ela foi reduzida para 9 anos e 4 meses.
Os réus também foram condenados por ameaça a uma pena de 10 dias-multa, calculado o dia-multa em R$ 200 para um e R$ 500 para o outro, que foi também julgado e inocentado por falta de provas da acusação de lesão corporal contra um amigo de Rafael.
O caso de agressão aconteceu em 2017. Rafael Bandeira Barbosa, na época com 18 anos, foi atingido por uma paulada na cabeça enquanto voltava de um pub com os amigos. Ele ficou internado por 12 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e perdeu a audição do ouvido esquerdo.
O crime
O crime aconteceu na madrugada do dia 30 de abril de 2017. De acordo com relatos da mãe da vítima, Vilmara Ferreira Bandeira, o filho voltava com dois amigos de um pub quando foram abordados por quatro homens na Rua 1 com a Avenida 29, no bairro Cidade Jardim.
O passageiro teria perguntado ao trio se eles teriam um isqueiro para acender um cigarro. Os jovens disseram que não.
O amigo de Rafael, Gabriel Smizmaul, disse na época que o passageiro provocou. “Vocês são pobres e não fumam maconha? Falamos que a gente estudava, trabalhava, que a gente não precisava disso e demos as costas. Eles fizeram o retorno e o agressor desceu do carro e deu uma paulada na cabeça do Rafael”.
Ao ser atingida, a vítima caiu desmaiada. Gabriel e o irmão partiram para cima do agressor e conseguiram desarmá-lo, mas os outros três que estavam no carro desceram. Rafael levou uma paulada na costela e os quatro fugiram, segundo Gabriel.
Um dos acusados assumiu em depoimento à Polícia Civil, oito dias depois, que agrediu o jovem com o bastão, mas que agiu em legítima defesa por conta de uma suposta briga. Para a defesa do rapaz agredido, a suposta briga não existiu e eles foram agredidos sem motivos.
Fotos: Reprodução/redes sociais