A Polícia Civil foi acionada a comparecer em uma casa do bairro Jardim São Paulo, por volta das 21h56, de sábado (27), onde havia sido encontrado um casal ali residente, ambos sem vida, após disparo de arma de fogo, indicando possível homicídio seguido de suicídio. No local, os policiais constataram que ambos eram casados. O homem, de 72 anos, era tetraplégico decorrente de um acidente com bicicleta, já há vários anos. E a mulher tinha 70 anos.
O casal era assistido diariamente por cuidadores. No sábado, a cuidadora, trabalhou normalmente pela manhã para ir embora às 13 horas. No entanto, o homem a dispensou cerca de 40 minutos antes, se despedindo. A profissional voltou às 19 horas para outro turno, mas não possuía as chaves da casa que sempre lhe era aberta pela proprietária, visto que esta ainda era bastante ativa e até fazia serviços domésticos. Como não foi atendida, olhou por uma fresta do portão avistando o homem na garagem. Dirigiu-se à casa vizinha, que preventivamente possuía uma cópia das chaves e, ao adentrar, encontrou o casal morto na garagem, sendo a polícia avisada.
O exame do local indica que a mulher de 70 anos atirou na nuca do marido cadeirante de 72 anos e, em seguida, atirou no próprio queixo tombando aos pés do esposo. A arma do crime estava sob o corpo da mulher.
Segundo a cuidadora, o idoso já havia lhe pedido para lhe por fim à vida usando de seus conhecimentos de enfermagem. A idosa de 70 anos deixou, de forma bem visível, sobre um móvel na cozinha uma declaração datada de 18 de novembro de 2020, contendo seu desejo de ser cremada; uma caderneta contendo os telefones do advogado e dos filhos e ainda três cartas aos filhos e advogado, com despedida e “justificativa” da decisão tomada. A arma utilizada, sendo um revólver calibre 38, além de quatro cartuchos íntegros e dois deflagrados, foram apreendidos.