O trabalho realizado pela Casa de Passagem “São Pio de Pietrelcina” muitas vezes passa despercebido pela população, mas representa um alento para quem é atendido na unidade. O espaço acolhe pessoas em vulnerabilidade social e moradores em situação de rua, e oferece uma série de serviços a esse público.
O serviço começou a funcionar há apenas dois anos e já dobrou o número de atendimentos, passando de 25 para 50. A informação foi divulgada pela assistente social Geise Valente, coordenadora da Casa São Pio, em entrevista ao programa Diário MA TV na terça-feira (2) com Maria Angela Tavares de Lima.
De acordo com ela, a casa acolhe homens, mulheres, idosos e famílias que em situação de desabrigo. Os acolhidos podem ficar na casa por três meses, período no qual são atendidos em suas necessidades. O trabalho não se limita apenas a acolher a pessoa para banho, pernoite e alimentação, mas vai além e envolve encaminhamentos para unidades de saúde, Caps (Centro de Atendimento Psicossocial), resgate de vínculo familiar, inserção no mercado de trabalho e reinserção social. Esse trabalho é realizado por uma equipe formada por 21 pessoas de diferentes áreas e especialidades.
Carla Caparrotti é uma das cuidadoras da Casa de Passagem São Pio, ou seja, toma conta das pessoas acolhidas, trabalho que divide com Junior. “É algo que gosto bastante e a gente acaba se apegando e sofrendo junto”, comenta. Conforme ela, há todo tipo de desabrigo, mas a maioria das pessoas atendidas tem mostrado que quer reorganizar a vida e se reinserir na sociedade.
Para ser acolhido na Casa São Pio, existem regras que precisam ser seguidas e respeitadas pelos moradores temporários, uma forma de manter a harmonia entre os residentes. Uma delas é a proibição do uso de qualquer substância ilícita. O desrespeito a essa norma significa entrada proibida na casa. “Se cumprir as regras e fizer tudo certinho pode ficar por três meses e mudar de vida, e aqueles que conseguem servem de incentivo e espelho para os outros”, observa Carla.
Atualmente, das 50 pessoas abrigadas, 15 conseguiram emprego com carteira assinada, motivo de orgulho para eles e para a equipe da Casa São Pio. Geise ressalta a importância desse tempo de permanência na unidade, para que a pessoa tenha um endereço para colocar no currículo e possa reservar os primeiros salários para organizar a sua independência.
A Casa São Pio é administrada pela Associação Beneficente Luz do Mundo, que recebe subvenção da prefeitura para manutenção do serviço. No entanto, segundo Geise, o valor do repasse é destinado ao pagamento dos profissionais. Os demais gastos são custeados com ações realizadas pela entidade e doações da comunidade.
Para obter recursos, a casa criou um bazar que comercializa o excedente de roupas recebidas por meio de doações. A população pode contribuir adquirindo itens do bazar ou fazendo doações. O serviço também tem um grande consumo de produtos de higiene e limpeza, e doações são bem-vindas. Afinal, são no mínimo 50 banhos diários, e as doações fazem toda a diferença.
Geise informa que a Casa São Pio funciona 24 horas e está aberta para quem quiser o trabalho realizado. Não é necessário agendar horário, basta ir até a unidade que funciona na Rua 6, nº 1318, entre as avenidas 4 e 6, no Centro de Rio Claro. O telefone para contato é (19) 9.7103-5502.
O vídeo com a entrevista de Geise e Carla, na íntegra, pode ser assistido pelo link https://www.youtube.com/watch?v=yOhiAqRxGgE ou pelo QR Code nesta página.
Por Ednéia Silva / Foto: Gaby Lourenço