A origem do Carnaval vem da antiguidade. Nas palavras do professor Sérgio Nogueira, era um período anual de festas profanas e hoje corresponde ao período de três dias, que sempre acaba na Quarta-Feira de Cinzas, às vésperas da Quaresma.
“A palavra carnaval vem do latim carnem levare, que significa ‘abster-se, afastar-se da carne’.
Segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, ‘…no latim medieval carnelevarium, carnilevaria, carnilevamem, véspera de Quarta-Feira de Cinzas, tempo em que se iniciava a abstinência da carne.’ É importante lembrar que o afastamento da carne é uma exigência da Quaresma”, explica.
Nogueira explica que, conforme o dicionário Houaiss, “…do latim clássico carnem levare (…) fixa-se no italiano carnevale (séc. XIV) e daí no francês carneval (1552) carnaval (1680), passando às demais línguas europeias ainda no século XVII.”
De acordo com o docente, o primeiro elemento vem do latim caro, carnis (=carne), e o segundo elemento vem do verbo latino levare (=tirar, sustar, afastar). “Há quem suponha que a segunda parte do vocábulo pertença ao domínio popular, do latim vale (=adeus); daí carnevale (=adeus à carne)”, expõe.
Por fim, indaga: “será que é por isso que a ‘carne’ é tão valorizada durante o Carnaval?”
O Carnaval tem um valor cultural inestimável para o nosso país. No entanto, é fato que, durante o período carnavalesco, a sexualidade costuma aflorar. Não há, evidentemente, proibição alguma quanto a isso, entretanto, alguns cuidados se fazem necessários para que a festa não tenha consequências indesejáveis.
A fim de prestar serviço, o Diário do Rio Claro conversou com Neide Outeiro Pinto, coordenadora do Serviço Especializado em Prevenção e Assistência para IST/Aids/Hepatites Virais “Graziela Osele Ferro Ramos” (Sepa), que fica na Avenida 19, esquina da Rua 10, bairro Consolação.
Precaução
Segundo Neide, a prevenção de todas as infecções sexualmente transmissíveis requerem medidas de proteção, ou seja, o uso de preservativo durante todas as relações sexuais. “É notório que durante o período carnavalesco os cidadãos se tornam mais vulneráveis, talvez pelo ímpeto da alegria e folia, bem como, a associação de bebidas e ou drogas ilícitas”, salienta a profissional, que ainda enfatiza: “o cuidado é a adoção de prática sexual protegida (uso de preservativo).”
Durante o Carnaval
A especialista pondera que durante os festejos de Momo, acredita-se que haja um aumento nas exposições desprotegidas. Ela orienta que, caso isso ocorra, o ideal é procurar por uma unidade de urgência (UPAs – Unidades de Pronto Atendimento) para que medidas profiláticas sejam adotadas.
Sepa nos dias de folia
Ao Centenário, Neide afirma que o Sepa se fará presente nos dias de folia no Jardim Público. “Durante o Carnaval, a unidade itinerante estará presente, disponibilizando os insumos de prevenção (preservativos, gel) e ainda realizando orientação”, garante.
Números em Rio Claro
No tocante às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a coordenadora diz que mensurar os números é um tanto difícil, pois são tratadas nas unidades de atenção básica e algumas delas não são de notificação compulsória. Já quanto ao número alusivo ao HIV, atualmente, de acordo com ela, são cerca de 631 casos novos acompanhados pelo Sepa.
Aumento
Neide Outeiro Pinto afiança que, no que diz respeito ao aumento do número de casos, não pode-se dizer que seja significativo, uma vez que ficou, nos últimos anos, em uma média de 60 casos. “Porém, o que preocupa é que a maioria dos novos casos se dá em pessoas jovens, na faixa etária dos 17 aos 35 anos e, principalmente, do sexo masculino”, alerta.
O Sepa
O Serviço desenvolve atividades de prevenção durante todo o ano, intra e extramuros, capacitação de toda rede de saúde, além de outros segmentos da sociedade. Os casos diagnosticados são acompanhados e tratados na sua integralidade.