BLÁ BLÁ BLÁ
Aquele que não falo o nome foi entrevistado no Jornal Nacional na última terça-feira (28). Além de desrespeitar o próximo (no caso os colegas jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos), em menos de 30 minutos mostrou que não possui humanismo, solidariedade e coerência. Nunca tive dúvidas em relação ao pretenso postulante. O que chamou a atenção foi que muitos brasileiros fizeram coro à sua intolerância, falta de respeito com o outro e, sobretudo, sua perversidade. Situações como essa me fazem acreditar naquele chiste que diz que ‘cada país tem o político que merece!’.
SONHO
Nas redes sociais a intolerância se propaga a passos pargos. Os trols parecem incansáveis na missão de desestabilizar discussões. Tenho uma ligeira impressão de estarmos vivendo em um país onde o desejo de matar e a sede de justiça (duas coisas que são como água e óleo) dão o tom destes tempos estranhos. Torço para que seja tudo um sonho e que eu acorde antes dos comerciais. Plim Plim!
QUANDO?
O julgamento da candidatura do barbudão Lula ainda não aconteceu. Caso seja impugnado, teremos uma noção real para onde vão migrar as intenções de votos constatadas nas últimas pesquisas e que aponta o preso como favorito. Somente então teremos um cenário claro do que esperar para o próximo ano.
SUPRESA!
Michel Temer tem deixado alguns presentinhos para o próximo governo, como observa o colega cartunista Cazo na tirinha desta edição. Entre tantas medidas desmedidas, a que vai impactar com maior peso a sociedade é o reajuste apenas da inflação no Orçamento para a Educação. A profesora doutora da Unesp de Rio Claro, Maria Bernadete Sarti da Silva Carvalho, acredita que não será fácil recuperar a defasagem a longo prazo, caso nada seja feito. O próximo presidente do país terá uma dura missão: sentir na pele as cobranças de uma população insatisfeita com as decisões do passado. E bota cobrança nisso!
NON SENSE
Este colunista continua recebendo os candidatos para entrevistas onde é aberto espaço para que cada um fale suas propostas. E é cada uma que chega a doer! Tem candidato ao legislativo achando que concorre cargo no executivo e vice-versa. Enquanto alguns não sabem diferenciar propostas de opiniões, outros apostam no achismo para dar declarações que beiram a loucura. Claro que existem boas propostas, mas no geral a média não é boa. Posso estar parecendo pessimista, mas como disse antes, se o mundo acabar em fezes estou precupado que as fezes não vão dar para todo mundo!
BUNDISMO
O que dizer de um magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) que acredita que direitos trabalhistas trazem prejuízos para o trabalhador? A declaração é digna para figurar na sessão Bundismo da Semana: “os atos do Poder Público, à guisa de proteger o trabalhador, poderão causar muitos prejuízos ao trabalhador” – Ministro Celso de Mello.
ABL
Para não dizer que não falei das flores, registro a eleição feita nessa quinta-feira (30) do cineasta Cacá Diegues, de 78 anos de idade, para a Cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele foi eleito para o lugar do também cineasta Nelson Pereira dos Santos, que morrreu em abril deste ano. Os dois participaram ativamente do movimento chamado Cinema Novo, que propunha uma nova estética para a sétima arte tupiniquim e, de quebra, propunham, por meio da arte, um país mais justo.
Num período, aliás, que se acreditava que com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, era possível transformar a sociedade. E eles conseguiram. Só acho que estamos precisando de novos Cacá, Nelson Pereira, Glauber, Henfil, Millor e tantos outros. São nestes tempos estranhos que o Brasil precisa de figuras como eles para chacoalhar o lugar comum.
CABRIOLAS
– Constatação: enquanto os políticos insistirem em permanecer no poder, o diagnóstico do sistema não será dos piores. Afinal, os ratos são os primeiros a abandonar o barco.
– A corrupção existe porque tudo tem um preço. O meu, por exemplo, é pela tabela.
– Não adianta esbravejar com este colunista. Ele late, mas não morde!