A Câmara federal aprovou em segunda discussão o texto-base da reforma da Previdência na madrugada dessa quarta-feira (7) por 370 votos a favor, 1.254 contrários e uma abstenção. Durante o dia dessa quarta, foram apresentados oitos destaques com sugestões de mudanças ao texto-base. Até o fechamento da reportagem, os deputados rejeitaram seis deles.
Vale destacar que concluída a tramitação na Câmara, a matéria segue para análise do Senado, onde também será analisada em dois turnos de votação.
O QUE MUDA?
A idade mínima para aposentadoria será de 62 anos para as mulheres e 65 para homens. Já o tempo mínimo de contribuição será de 15 anos para mulheres e 20 para homens. Servidores públicos terão que contribuir por 25 anos ambos os sexos, desde que tenham dez anos no serviço público e cinco no cargo.
ARAPS
A presidente da Associação Regional dos Aposentados e Pensionistas pela Previdência Social (Araps), Norma Lopes Gonçalves, acredita que a reforma vai prejudicar o trabalhador. “Alguns pontos são positivos como, por exemplo, limitar o teto de políticos e juízes. Mas existem muitos pontos prejudiciais ao trabalhador”, opina.
Segundo a aposentada, muitos brasileiros começam a trabalhar mais cedo, aos 16 anos, ou com menos idade. Com isso, devido ao aumento na idade, terão que trabalhar ainda mais. “Se começar a trabalhar com 16 anos, por exemplo, terá que trabalhar por 49 anos para poder se aposentar”, argumenta.
De acordo com ela, a média de aposentadorias do país é de R$ 1.800. Mas esclarece que cerca de 30 milhões de brasileiros recebem somente o salário mínimo. “Penaliza muito o trabalhador comum, porque os altos cargos são bem remunerados”, diz.
PENSIONISTA
Ela também considera que o pensionista será prejudicado. “O pensionista recebia 100% do benefício. Agora, com a mudança, vai receber 60%, mais 10% por dependente. Essa redução vai afetar o trabalhador”, diz ao lembrar que os gastos com aluguel, água, energia elétrica continuarão os mesmos e o benefício reduzirá.
“Embora a gente saiba que a previdência é superavitária, o governo realoca recursos para outras áreas, devido à situação do país. E como vai resolver se o país está parado?”, observa ao destacar os diversos desvios de dinheiro público dos últimos anos.