O barbeiro Rogério Préo até que já tentou, mas admite: não consegue viver sem o celular, não consegue ficar desconectado. “A internet, para mim, é importante por conta das vendas e para divulgação do meu trabalho. A todo momento eu preciso”, declarou.
Ele até se previne para não correr o risco. Além do celular, não desgruda do relógio inteligente com funcionalidades de um smartphone. “Já tentei, na verdade, fico desesperado se estou sem internet ou sem bateria, tanto que uso o relógio justamente para isso. Eu vejo e analiso se eu preciso responder na hora ou depois.”
E fica mais de 12 horas por dia conectado e até recorreu a um aplicativo para agendamento dos clientes, ou seja, vai ficar muito mais tempo com o celular. É, mas ele não está sozinho. Uma grande parte de brasileiros vive a mesma realidade. Uma pesquisa realizada com usuários de celular em oito países aponta que quatro entre dez pessoas disseram usar o aparelho o dia todo, ou seja, desde a hora que acordam até a hora de dormir novamente.
Os brasileiros aparecem como os mais conectados do mundo ao lado dos chineses, de acordo com levantamento da Consultoria Oliver Wyman. Entre as prioridades, o celular aparece como a quarta coisa importante depois de família e amigos, esporte e viagens. Entre os entrevistados, 49% disseram que usam por necessidade, 43% assumiram ser a vida e só 8% disseram considerar apenas uma ferramenta.
Mas, ainda de acordo com a pesquisa, que ouviu 1.021 consumidores no país, do total de entrevistados, 52% são mulheres e 48% homens, divididos em grupos de 18 a 24 anos (15%); 25 a 44 anos (48%); 45 a 54 (21%); e 55 a 65 anos (16%). Os entrevistados estão dispostos a abrirem mão de hábitos de consumos para priorizar gastos com celulares e serviços de internet.
O levantamento foi feito com oito mil consumidores de oito países (Brasil, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, China e Inglaterra). A maioria dos consumidores cortaria despesas com academia (52%), alimentação fora de casa (53%), e compra de roupas (52%) para gastar com celular e operadoras. As reservas para o futuro também perderiam para as despesas com telefonia móvel, de acordo com 51% dos pesquisados.