Todos os anos era a mesma coisa: uma nova adaptação para brasileiros de algumas regiões do país, mais precisamente de 11 estados. Adiantar em uma hora os relógios, acostumar o corpo e a rotina com a mudança que ocorreu ao longo de 34 anos.
Em outras épocas, neste período, a população das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste já estaria aguardando a alteração, que deveria ocorrer no dia 3 de novembro. Normalmente, tinha vigência de 120 dias.
O horário de verão foi implantado pelo governo desde 1985 com o objetivo de economizar energia durante a estação mais quente do ano e quando os dias são mais longos. Com isso, os brasileiros eram estimulados a aproveitar a iluminação natural, desta forma, reduzir o uso de energia elétrica.
Em abril, o Presidente Jair Bolsonaro assinou decreto colocando o fim do Horário de Verão para 2019. Quando a decisão foi divulgada, o governo apontou um pesquisa do Ministério de Minas e Energia com o resultado de que 53% dos entrevistados concordavam com o fim.
Quando foi anunciado, o Ministério divulgou nota sobre a iniciativa:
“Historicamente, o Horário de Verão tem como principal objetivo o melhor aproveitamento da luz natural, a partir do adiantamento dos relógios em uma hora e consequente redução de consumo de energia elétrica no início da noite. No Brasil, era nesse período que se registrava o maior pico de consumo e, dessa forma, o Horário de Verão era benéfico para a população.
No entanto, nos últimos anos houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o período de maior consumo diário para o período da tarde, quando o Horário de Verão não tem influência.
Considerando as mudanças de hábitos de consumo e da configuração sistêmica do setor elétrico brasileiro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE solicitou novos estudos sobre os impactos do Horário de Verão para o sistema elétrico. Esses estudos indicaram que o Horário de Verão deixou de produzir os resultados para os quais essa política pública foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico”.
CONCESSIONÁRIA
Solicitada, a Concessionária Elektro informou que, de acordo com informações do ONS- Operador Nacional de Sistemas, não houve redução no consumo durante o Horário de Verão. Além de citar o estudo do Ministério de Minas Energia, que apontou queda na efetividade da iniciativa, já que o perfil do consumo de eletricidade não estava mais ligado diretamente ao horário, mas, sim, à temperatura.
CALOR
A população enfrentou mais um fim de semana quente, com temperaturas na casa dos 37 graus. No domingo, os termômetros marcaram 37.6, não sendo diferente nessa segunda-feira, em que o tempo permaneceu abafado.
Chuva mais intensa deve ocorrer mesmo no começo de novembro, mas a previsão aponta para a possibilidade nos próximos dias. “As temperaturas estão dentro do normal, como nos outros anos. Para Rio Claro, tem previsão de chuva para o fim de semana”, salientou o técnico do Ceapla Carlo Burigo.
Durante esta semana, as temperaturas devem ficar entre a máxima de 35° e a mínima de 16°.
“Eu gostava, era bom para mim, saía do trabalho ainda de dia, o tempo rendia mais. Com esse calor agora, sem Horário de Verão, não dá para aproveitar”, disse o aposentado Rafael Pereira dos Santos.
“Eu prefiro assim, sem Horário de Verão. Muito cansativo, dormia tarde e acordava cedo”, afirmou Sebastião Nivaldo Candido – manobrista
“É bom não ter, a gente pode descansar mais, acorda no mesmo horário de sempre, não muda a rotina”, expôs Wellerson Nascimento Lima – manobrista
“Para mim, fica melhor este horário, sem alteração por causa do verão. Eu trabalho em escola, preciso abrir cedinho e, com o outro horário, ainda era escuro, por segurança, prefiro esse”, proferiu Josiele Freire – monitora.