A brasileira de Juiz de Fora, Minas Gerais, Wislia Oliveira, mora atualmente com a família em Singapura. Em entrevista ao Diário do Rio Claro, comentou como estão fazendo para se prevenir do Coronavirus, que tem afetado milhares de pessoas ao redor do mundo. Ela ressalta que desde que o vírus chegou por lá, o Governo fez de tudo para que ficassem bem informados sobre a gravidade e a maneira de se prevenir. “As pessoas já foram para os mercados e farmácias e acabaram com o estoque de mascaras, álcool gel e handsoap. Eu não consegui comprar nem uma máscara para mim. Tem o modelo certo que é o cirúrgico. Eles insistem em dizer para não usar a N95, porque tem que saber usar, caso contrário não funciona”, destacou.
Sendo assim, ela passou a usar os recursos que tinha em mãos. “Evitar lugares cheios, evitar lugar como restaurantes onde se compartilham talheres e ambientes onde sabemos que a limpeza não impera. Tomamos vitaminas C todos os dias para ajudar na imunidade, ótima alimentação, com muitas verduras, tudo mais natural. Muito suco verde.
O banho também é muito importante, apesar de não ser um problema para nós brasileiros. Não temos usado muito o transporte público. Meu marido tem ido trabalhar por rodízio, separados por times, porque se um grupo for infectado não atinge o outro. Eles não podem nem se encontrar durante o almoço para não ocorrer esse risco”, comentou.
Na escola do filho, ela conta que a temperatura de todos os alunos é verificada, todos os dias antes de entrarem na escola. “Na academia que frequento também verificam nossa temperatura todos os dias. Eles estão muito cuidadosos. O governo sabe todo o histórico de cada contágio, é impressionante. Singapura está conseguindo controlar muito bem.
Aqueles que estão de quarentena não podem sair de casa de forma alguma. Se saírem serão penalizados”, disse a brasileira, ressaltando que não está receosa. “Eu, pra falar a verdade, não estou com medo, lavo as mãos o tempo todo, estou atenta a tudo que encosto, ando com lenços antibactericidas na bolsa. Mas não tenho andado de máscara porque não consigo comprar, não tem em lugar nenhum”, observou.
A brasileira avalia ainda a cidade onde mora com outras em que o vírus contaminou muitas pessoas. “Se você sai nas ruas, não parece que estamos em uma epidemia grave. Se você sai em Xangai na China, parece que a cidade morreu. Vários eventos onde teria aglomeração de pessoas foram cancelados. O povo está bem consciente, as pessoas têm evitado se abraçarem como sempre fazemos no Brasil.
Nem apertos de mãos, todo contato tem sido evitado. Na China, muitas escolas estão fechadas, aqui não, estão todas funcionando. Devido a quarentena e muitas pessoas estarem trabalhando de casa, o trânsito ficou melhor. Em resumo: eu continuo levando minha vida normal, mas com as cautelas devidas e evitando aquilo que realmente poderia me trazer um risco maior”, finalizou.
A pedagoga Mirella Aires Alves Silva também salienta que também se sente segura. “Aqui estamos bem afastados da zona de risco. O governo está muito rígido porque Singapura é o país com mais casos depois da China. As medidas são rígidas. Muitas pessoas no metrô de máscara. Nos shopping tem os medidores de temperatura, entrando fazem a medição por scanner ou termômetros digitais.
Álcool em gel e máscara estão um pouco em falta, pois as pessoas estão comprando muito”, observou, dizendo ainda que recebe via Whasapp diariamente as orientações e atualizações do governo sobre os casos de coronavírus, possíveis fake news e recomendações. “Me sinto muito mais segura aqui, mesmo com a questão do Corona do que em outros lugares em que o vírus não chegou, mas provavelmente o país não esteja tão preparado para lidar com a epidemia.
Eu fui na fisioterapia e antes de entrar passei por scanner, tive que higienizar mãos e braços e respondi uma ficha, para falar se estive na China ou se tive contato com alguém que esteve no país. Essas fichas são todas passadas para o governo que tem muito controle de onde as pessoas estão ”, disse.
Das pessoas infectadas, a população também é informada sobre a idade, onde a pessoas estiveram e até onde foi contaminada. “Teve um grande número que foi infectado na igreja que parou de funcionar por um tempo, todos ficaram em quarentona. O governo foi lá esterilizou tudo. A gente fica mais seguro com esse tipo de ação”, disse.
Segundo os últimos informativos no país, a situação segue em queda de casos. “Aqui mudou, pois os casos estão diminuindo, das 92 infectadas, 62 já se curaram, não houve mortes. E antes o que contaminava 5, 6, 8 pessoas por dia, agora caiu pra 1, 2”, declarou.
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