Na segunda-feira (2), após a 3ª fase do Salto, saiu a definição do pódio por equipes e individual do Concurso Completo de Equitação. O Time Brasil virou em 11º lugar após o Salto e no Cross Country, realizado no domingo (1º), somente dois dos três conjuntos concluíram o percurso: Marcelo Tosi com Glenfly, com -8,80 pontos perdidos, então 24º colocado, e Carlos Parro, o Cacá, com Goliath, que cruzou a linha de chegada com -22,80 pontos, 33º, ambos sem faltas nos obstáculos, mas ultrapassando o tempo concedido de 7min43s. Rafael Mamprin Losano desistiu na reta final da chegada do cross, uma vez que sua égua Fuiloda G cansou demais durante o percurso e o intenso calor e umidade em Tóquio.
Na inspeção veterinária após o cross e antecedendo o Salto, Fuiloda G não se apresentou, bem como Glenfly, que perdeu uma ferradura no cross country e conforme relato de seu experiente cavaleiro Tosi estava dolorida demais para retornar no Salto.
Assim Marcio Appel com Iberon JMen, um Brasileiro de Hipismo de 18 anos, conjunto alternativo / reserva, garantiu sua participação no Salto fechando com apenas uma falta na entrada do duplo nº 7 antepenúltimo obstáculo, totalizando 4,40 pontos perdidos. Marcio que também competiu com Iberon JMen na Rio 2016 anunciou a aposentadoria de seu craque após os Jogos.
Já Cacá e Goliath também cometeram uma falta na entrada do mesmo duplo (-4 pontos) dentro do tempo e totalizando – 62,90 pontos fecharam a competição no 33º posto individual entre um total de 63 conjuntos.
Marcio Appel, 42, que entrou de última hora, devido ao problema veterinários dos outros cavalos, estava satisfeito e muito emocionado com sua participação, especialmente porque agora vai aposentar Iberon JMen, que completa 19 anos em outubro. “Claro que a gente queria que a equipe tivesse melhor, tivemos os problemas veterinários que fogem um pouco do nosso alcance. Se o Rafael tivesse terminado, mesmo com a saída do Tosi, talvez a gente brigasse não por medalhas, mas uma posição melhor que no Rio de Janeiro. Mas meu cavalo merecia isso, mostra que com essa idade e energia: ele gosta de competir. Foi a despedida perfeita para ele das pistas e eu estou muito feliz em poder proporcionar isso e foi uma linda apresentação. O Iberon é o único BH nessa Olimpíada. Dos 200 cavalos na Rio 2016 que estão aqui só 14 estao aqui em Tóquio, isso realmente foge aos paradigmas. Acho também é uma prova o que eu – um cavaleiro amador que não mora na Europa e monta um BH – que todos nós podemos ir atrás de nossos sonhos”, destacou Marcio.
Em entrevista após o cross, Rafael, 23, destacou a necessidade de preservar sua égua Fuiloda G, de 11 anos. “A égua começou bem e na reta final acabou estamina da égua. Tive que parar. Faz parte do jogo, tentei o mais rápido. Eu sabia que seria duro, essas coisas acontecem com os melhores do mundo. No português claro: acabou a gasolina”, comentou Rafael, radicado na Inglaterra.
Pódios por equipes e individual
A Grã Bretanha – Tom McEven / Toledo de Kerser, Laura Collet / London 52 e Oliver Townde / Ballghmor Class foi ouro com somente -86,30 pontos. A Áustralia – Kevin McNab / Don Quidam Shane Rose / Virgil e Andrew Hoy / Vassily de Lassos foi prata, -100,2 pontos e a França, bronze, 101,4 pontos. Vale destacar que Nelson Pessoa Filho, o Neco, pai do campeão olímpico Rodrigo Pessoa integrante do Time Brasil de Salto, é o treinador de salto da equipe australiana, deixando uma “marquinha brasileira” no pódio das equipes. Em 1964, Neco foi o único representante brasileiro no Time Brasil de Salto, em Tóquio.
Na disputa individual – reservada aos Top 25 – o show ficou por conta da alemã Julia Krajewski, 33 anos, que montando Amande de B´Neville conquistou ouro com totalizando – 26 pontos: Adestramento – 25,20 pontos, cross – 40 pontos, Salto – 1ª passagem 0 e 2ª passagem 0.40 pontos. O britânico Tom McEven comm Toledo de Kerser garantiu prata -29,30 pontos e o top australiano Andrew Hoy, de 61 anos, campeão olímpico individual em Sydney 2020, garantiu sua oitava medalha olímpico conquistando bronze, – 31,90 pontos.
Por Divulgação/CBH / Foto: Luís Ruas/Hipismo Brasil