Novamente nosso Lago Azul, cartão postal rio-clarense foi usado como palanque eleitoral, pois temos acompanhado todo o processo de revitalização desta área quando inserimos uma matéria no Diário, dia 28/01/2001, onde sugestões foram apresentadas para que pudéssemos compartilhar desse espaço público de lazer com mais segurança em relação a saúde de seus frequentadores.
Citamos como exemplo de revitalização de um corpo hídrico o caso do rio Sena, que corta a cidade de Paris na França e que já fora considerado um rio morto, devido a grande carga de poluentes vindo das indústrias que se instalaram em seu entorno desde o início da Revolução Industrial em meados de 1920, além do esgoto descartado diretamente em suas águas. Leis ambientais mais rígidas foram criadas, estações de tratamento de esgoto foram construídas, juntamente com projetos de recuperação do ecossistema local.
Hoje o rio Sena, possui mais de 30 espécies de peixes, vivendo em suas límpidas águas, onde o governo criou incentivos financeiros aos agricultores que preservarem a mata ciliar e não despejarem agrotóxicos no leito do rio, incentivos semelhantes aos já aplicados nos municípios de Extrema – MG, e Joanópolis – SP, além de diversos outros municípios brasileiros com consciência ambiental. Outros rios como o Tâmisa (Londres – Reino Unido), o rio Tejo (Lisboa – Portugal) e o rio Cheonggyecheon ( Seul – Coréia do Sul) também foram revitalizados, sendo que alguns levaram décadas para obterem um resultado satisfatório.
Já que divulgaram recentemente que fomos agraciados com verbas parlamentares e com a ajuda financeira do governo federal, porque esse montante não foi aplicado diretamente na raiz do problema, que seria o desassoriamento do lago, seria só porque o que está embaixo da água não dá votos. Além do efetivo funcionamento das comportas de nosso Lago Azul e das insubistituíveis caixas de decantação que impedem o assoreamento e lançamento de dejetos nas águas de nosso lago, temos que dragar o lodo contaminado do leito do lago que prejudica diretamente os peixes e demais seres aquáticos, além de toda a fauna e flora local, e indiretamente os frequentadores habituais do entorno.
Nas margens de nosso lago existem árvores frutíferas como o Jenipapeiro ( Genipa americana), Goiabeira (Psidium guajava), Cajá – Manga (Spondias dulcis), Jambolão (Syzygium cumini), Ingá do Brejo (Inga uruguensis), Fruta do Conde (Annona squamosa), dentre outras espécies que são consumidas pela população local.
Essas árvores se nutrem do solo e das águas contaminadas, sendo que as substâncias absorvidas na raiz são redirecionadas para todo o corpo vegetal, nutrindo o caule, folhas, flores e seus frutos.
A árvore não escolhe o que absorve do solo, pois além dos nutrientes responsáveis pelo seu crescimento, floração e frutificação, absorvem também elementos químicos tóxicos. Portanto, pedimos que tenham bom senso e coloquem placas de identificação ao redor do lago, proibindo o consumo das frutas ás margens do lago.
Esforços foram feitos para a revitalização do entorno do Lago Azul, mas a saúde da Fauna e da Flora local continua ameaçada, motivo pelo qual desejamos que nossos agentes públicos parem de enfeitar o pavão e se preocupem com a saúde de seu povo.