Professores serão segundo grupo em São Paulo para vacinação
Após os profissionais da área de saúde, o segundo grupo prioritário para vacinação contra o novo coronavírus (covid-19) serão os professores, anunciou ontem (5) o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
“O que nós temos como rito já definido é a vacinação primeiro dos profissionais da área da saúde, uma vez que eles estão muito dentro dos ambientes nos quais a circulação do vírus é extremamente elevada”, disse Gorinchteyn. “A partir de então, entendemos que educadores devem ser o segundo grupo a ser vacinado”, acrescentou. O terceiro grupo com prioridade de vacinação deverá ser as pessoas com doenças crônicas, disse o secretário.
“Precisamos ter o maior número possível de doses para vacinar, com rapidez, o maior número de pessoas”, disse Gorinchteyn.
Ainda não há uma vacina aprovada contra o novo coronavírus. Mas já há vacinas na fase mais avançada de testes em humanos, a chamada fase 3. Caso essas vacinas sejam aprovadas na fase 3 e recebam aprovação, a vacinação poderá então ser iniciada.
O governo paulista, por meio do Instituto Butantan, tem uma parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac para a vacina CoronaVac. Por meio desse acordo, o governo vai receber 46 milhões de doses da vacina até dezembro. O acordo também prevê transferência de tecnologia para o Butantan.
A CoronaVac já está na fase 3 de testes com voluntários brasileiros desde julho deste ano. Na fase 3 é avaliada a eficácia da vacina, ou seja, se ela protege contra o vírus. Caso os testes comprovem a eficácia, a CoronaVac ainda vai precisar da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ter início a vacinação. O governo paulista prevê que o início da vacinação possa ocorrer a partir de 15 de dezembro.
UFRJ inicia ensaios clínicos com a vacina BCG contra covid-19
Começaram ontem (5) os ensaios clínicos com a vacina BCG, usada contra a tuberculose, para verificar a prevenção também contra a covid-19. O trabalho será conduzido pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e pelo Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran, no estado de São Paulo.
A iniciativa é da RedeVírus, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e conta com investimentos de R$ 1 milhão em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, disponibilizados pela Financiadora de Estudos e Projetos. Participarão do ensaio mil profissionais da saúde. A Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz também está desenvolvendo ensaios clínicos com a BCG contra o vírus Sars-Cov-2, causador da covid-19.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Fernanda Mello, que é professora de Tisiologia e Pneumologia do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os estudos buscam responder se a vacina ajuda na prevenção da infecção e na ocorrência de formas graves da covid-19.
A vacina BCG, cuja sigla vem de bacilo Calmette–Guérin, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e, no Brasil, é obrigatória para recém-nascidos desde 1976, devendo ser tomada até os quatro anos de idade. O imunizante protege crianças de até 5 anos das formas mais graves da tuberculose.
SP tem segunda semana seguida com queda de casos e mortes por covid-19
Pela segunda semana consecutiva, o estado de São Paulo registrou queda na média móvel diária de casos e de mortes provocadas pelo novo coronavírus. No entanto, o estado havia registrado, após dez semanas consecutivas de queda, um pequeno aumento na média móvel de novas internações, de 3%, o que, segundo o governo, ainda não é preocupante. Isso acontece após a região ter atingido a marca de 1 milhão de casos confirmados de coronavírus neste final de semana.
Na semana passada (40ª Semana Epidemiológica), entre os dias 27 de setembro e 3 de outubro, o estado computou 1.073 novas mortes por coronavírus, com média móvel de 153 mortes por dia. Isso é semelhante ao que o estado vinha registrando no início de maio. A média móvel é calculada somando-se o total de casos registrado na semana e dividindo-o pelo número de dias.
Há cinco semanas consecutivas, o estado vem apresentando média móvel abaixo de 200 mortes por dia. A maior média móvel ocorreu na 29ª Semana Epidemiológica, entre os dias 12 e 18 de julho, quando o estado somou 278 mortes por dia.
Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasil