Anvisa autoriza prosseguimento de testes com vacina contra a covid-19
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou ontem (3) que autorizou que o laboratório Janssen-Cilag (divisão farmacêutica da Johnson & Johnson) prossiga com as pesquisas da vacina contra a covid-19. O laboratório suspendeu os testes no dia 12 de outubro por causa de um “evento adverso grave” com um voluntário nos Estados Unidos. Segundo a agência, os estudos clínicos com a vacina, denominada de Ad26COVS2.S já podem ser retomados e que a decisão desta terça-feira “garante segurança aos voluntários brasileiros que queiram participar do experimento”.
Segundo a Anvisa, as regras da pesquisa clínica já preveem a ocorrência de eventos adversos e que a identificação desses episódios serve justamente para conhecer e definir o perfil de segurança de cada medicamento. A agência observou ainda que esses eventos graves exigem a paralisação de todo o estudo e a investigação do caso antes da retomada da pesquisa.
“Após avaliar os dados do evento adverso e as informações do Comitê Independente de Segurança, além de dados da autoridade regulatória norte-americana (Food and Drugs Administration – FDA), a Anvisa concluiu que a relação benefício e risco se mantém favorável e que o estudo poderá ser retomado”, disse a agência reguladora.
De acordo com a Anvisa, no momento da interrupção 12 voluntários do Brasil, todos do Rio de Janeiro, já haviam participado do teste, recebendo a dose da vacina ou do placebo. O estudo da Janssen-Cilag no país está sendo conduzido em 11 estados, com previsão de envolver até 7.560 pessoas com mais de 18 anos.
Fiocruz espera que vacinação contra covid-19 comece até março de 2021
A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, espera que comece até março do ano que vem a imunização contra a Covid-19 com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca. A Fiocruz assinou um acordo, em agosto, para transferência de tecnologia e produção dessa vacina no Brasil. Segundo Nísia, a produção deve começar entre janeiro e fevereiro.
“A nossa expectativa é que possamos encaminhar todo esse processo da vacina que precisa ter a validação da pesquisa. Entre os meses de janeiro e fevereiro estaremos iniciando a produção. Todo trabalho acompanhado pela agência Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e, assim, temos toda a esperança que possamos, no primeiro trimestre de 2021, iniciar esse processo de imunização, como um dos instrumentos importantes para que nós possamos lidar com essa pandemia e todos os impactos na nossa sociedade”, disse Nísia.
Nísia destacou que a vacina é fundamental, mas é uma das ações de saúde pública que a Fiocruz vem desenvolvendo. A presidente explicou que o acordo com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca define uma encomenda tecnológica, assegurando ao Brasil 100 milhões de doses de vacina no primeiro semestre de 2021, que é fruto de uma prospecção realizada na Fiocruz, pela Secretaria de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e de uma ação interministerial que culminou com encaminhamento de uma medida provisória pela Presidência da República para o Congresso Nacional.
Quase 5 milhões se recuperaram da covid-19
O Painel Coronavírus do Ministério da Saúde informa que mais 190 pessoas morreram por causa da covid-19 no Brasil nas últimas 24 horas, conforme registros oficiais nessa segunda-feira (2). Com isso, o total de mortos é de 160.074 desde 27 de março. A taxa de mortalidade é de 76,2 casos a cada 100 mil habitantes. No total, a letalidade é de 2,9%.
De acordo com a atualização, 10,1 mil pessoas tiveram registradas novas contaminações. O balanço totaliza 5,545 milhões casos de contaminação pelo novo coronavírus – incidência de 2.639 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. Segundo o ministério, 4,980 milhões de pessoas recuperaram a saúde depois da infecção. Mais de 404 mil casos seguem em acompanhamento.
Alemanha está em fase decisiva da pandemia, diz ministro da Saúde
A Alemanha está em uma fase decisiva da pandemia do novo coronavírus, disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, nessa terça-feira (3), pedindo um esforço nacional para frear a disseminação do vírus, um dia depois de medidas de lockdown de um mês de duração entrarem em vigor.
“Durante oito meses, trabalhamos juntos para conter o vírus. De acordo com tudo que sabemos, ainda não chegamos ao ápice desta tarefa. Estamos em uma fase decisiva. A situação é grave. É um esforço nacional.” A Alemanha impôs o lockdown, que inclui o fechamento de restaurantes, academias de ginástica e teatros, para evitar que o sistema de saúde fique sobrecarregado.
Foto: Luís Blanco/MCW