Anticorpos contra covid-19 duram pelo menos sete meses, mostra estudo
Uma das questões que mais tem suscitado interesse e investigação por parte da comunidade científica, desde o início da pandemia, é perceber se os organismos de doentes com covid-19 são capazes de ter uma resposta imune adequada e quanto tempo pode durar essa imunidade. Agora, um novo estudo norte-americano revelou que os anticorpos, que protegem o organismo de ser infectado com o novo coronavírus, podem ter uma duração de até sete meses.
Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, acompanharam durante meses cerca de 6 mil pacientes infectados com o novo coronavírus e descobriram que os anticorpos contra o Sars-CoV-2 podem continuar presentes no sangue por um período de, no mínimo, cinco a sete meses.
Recentemente, foram confirmados casos de pessoas reinfectadas que, de acordo com o jornal espanhol El País, apresentaram sintomas mais graves quando ficaram doentes com covid-19 pela segunda vez – exemplos que suscitam duvidas à comunidade científica quando se fala em imunidade.
Ao longo dos últimos meses foram divulgados diversos estudos que mostravam que os anticorpos – proteínas do sistema imunitário que evitam que o vírus infecte as células do organismo – contra o novo coronavírus iam diminuindo passados alguns meses após a infecção, principalmente em pessoas que apresentaram sintomas ligeiros.
SP cria mais seis centros de pesquisa para testar vacina contra covid
O governo de São Paulo criou mais seis centros de pesquisa para ampliar o número de voluntários nos testes da Fase 3 da CoronaVac, vacina que está sendo produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butatan. Com a criação de mais centros, a intenção é acelerar a fase final de testes clínicos para identificar a eficácia da vacina. Estudos das fases 1 e 2 da vacina, realizados na China, já demonstraram que ela é segura.
“Com a abertura desses centros, vamos ganhar velocidade para que essa demonstração da eficácia possa aparecer o mais rapidamente possível. Esperamos que isso aconteça em novembro ou meados de dezembro”, disse ontem (23) Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Os novos centros serão supervisionados por especialistas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, sendo que quatro ficam em hospitais da periferia da capital paulista, onde a taxa de contaminação se mostrou maior do que nos bairros centrais, e dois ficam na região do ABC.
Atualmente, 9.039 voluntários já participam dos estudos clínicos da vacina, que são feitos com profissionais da área da saúde de sete estados. Como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aprovado a ampliação do estudo para 13 mil voluntários – e havia uma dificuldade para recrutar os voluntários -, o governo paulista decidiu ampliar o número de centros de pesquisa para tentar obter o mais rapidamente possível esse número de pessoas participando do estudo. No estudo, metade dos participantes recebe a vacina; a outra metade, placebo.
Caso a última etapa de testes comprove a eficácia da vacina, o acordo entre a Sinovac e o Butantan prevê a transferência de tecnologia para produção do imunizante no Brasil. A CoronaVac prevê a administração de duas doses por pessoa.
Fiocruz aponta manutenção de queda no número de casos de covid-19
O novo Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem (23), indica que os casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de covid-19 no país mantêm sinal de queda, embora em ritmo mais lento.
No entanto, segundo a Fiocruz, todas as regiões brasileiras ainda encontram-se na zona de risco e com ocorrências semanais muito altas, exceto a região Sul, que apresenta incidência menor. Entre os resultados positivos para vírus respiratórios, cerca 97,7% são em consequência do novo coronavírus.
OMS: risco de pegar covid-19 em aviões é “muito baixo”, mas não zero
O risco de a covid-19 se disseminar em voos parece ser “muito baixo”, mas não pode ser descartado, apesar de estudos só mostrarem um número pequeno de casos, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS). “A transmissão em voo é possível, mas o risco parece ser muito baixo, dado o volume de viajantes e o número pequeno de relatos de casos. O fato de que a transmissão não é amplamente documentada na literatura publicada não significa, porém, que não acontece”, afirmou a OMS em comunicado à Reuters.
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