Vinte e cinco de junho seria um dia qualquer no calendário daquele longínquo 1982, não fosse, também, a data de lançamento do filme Blade Runner, que, no Brasil, aonde foi lançado 31 dias depois, ganhou o acréscimo de O Caçador de Androides.
Baseado no romance de Philip Dick, cujo título original é o nada sugestivo “Androides sonham com carneiros elétricos?”, Blade Runner, dirigido por Ridley Scott, ganhou o status de cult e sequências tão ou mais interessantes, sendo a melhor, a mais recente, Blade Runner 2049.
O filme é um divisor de águas da ficção científica, e, para muitos, o melhor do gênero. Em uma Los Angeles futurista no ano de 2019, o agente de polícia Rick Deckart (Harrison Ford), já aposentado, recebe a missão de caçar alguns replicantes, nome que se dá para os androides, máquinas feitas à imagem e semelhança humana.
O sucesso do filme, porém, não foi imediato. Mas a proposta do filme rendeu inúmeros comentários da crítica especializada, alguns favoráveis e outros não, o que, de certo modo, tornou o filme falado por toda parte, despertando o interesse dos cinéfilos em busca de novidades.
A trilha sonora de autoria do compositor grego Vangelis, completa a atmosfera criada pelos cenários futuristas que revelam inclusive, a decadência social e moral da humanidade à época.
Já passamos de 2019, faz algum tempo. Os carros ainda não voam e os robôs humanos, embora já existam, ainda não possuem a independência e ambição que os tornaria um rival em potencial, senão imbatível da genuína espécie humana.
Mas, vivemos os mesmos dramas de desde sempre: progresso urbano baseado na aparência e na mentira, corrupção, consumo desenfreado, degradação do meio-ambiente e inversão de valores, os mais caros, sobre os quais se baseiam a civilização e a permitiram chegar até aqui, apesar de todas as suas imperfeições, contradições e incoerências.
Se a realidade sugerida por Blade Runner será a nossa em um futuro próximo, é algo que ainda permanece no campo das hipóteses. Mas, que caminhamos para lá, a passos largos, parece que não resta a menor dúvida. Quem viver verá.
Por Geraldo Costa Jr. / Foto: Reprodução internet