Beatriz Ferreira, ou apenas Bia Ferreira, projeta um caminho de sucesso nos novos passos da carreira. Dando continuidade ao que começou no ano passado, com a estreia no boxe profissional, a baiana já traçou a sua programação não somente para o ano de 2023, que se inicia com os compromissos no boxe olímpico e profissional, mas para o futuro da carreira. Bia se prepara para uma despedida nos Jogos de Paris, em 2024, e avisou: quer encerrar essa trajetória com uma medalha de ouro no pescoço.
“A principal meta neste ciclo é a classificação para Paris. Também quero ser campeã pan-americana, e conseguir brigar pelo bi mundial. A minha prioridade é o boxe olímpico. Até Paris o objetivo principal é concluir e ter um rendimento bom no olímpico. Consequentemente, o profissional a gente vai encaixando. É tudo bem resolvido, bem esquematizado para que um não atrapalhe o outro. E tudo com calma para não perder o foco, que é primeiro a classificação para os Jogos Olímpicos”, ressaltou, citando o Mundial de Boxe de 2023, na Índia, e os Jogos Pan-americanos Santiago 2023.
“Estou dando um passo de cada vez, devagar. Quero concluir as competições do boxe olímpico e fazer as minhas lutas no profissional, até porque este ciclo vai ser a minha última corrida olímpica para os Jogos. É o meu último ciclo e com certeza eu quero encerrar brilhante, assim como fiz em Tóquio, com medalha. Quem sabe eu possa inspirar outras meninas a fazerem ainda melhor. É concluir o ciclo olímpico com sucesso e depois me dedicar somente à carreira profissional”, declarou Bia.
A fera
Empolgada depois de duas lutas com vitória no boxe profissional – a estreia contra a brasileira Taynna Cardoso (vitória por pontos) e a na sequência diante da americana Carisse Brown (vitória por nocaute técnico) –, Bia Ferreira já adicionou ao seu nome a alcunha de “The Beast” (“a fera”) na nova fase. Mas antes de se mover exclusivamente para o âmbito profissional, a pugilista tem compromissos importantes neste ano pré-olímpico, que vai definir também os classificados para os Jogos parisienses, a exemplo do Mundial e dos Jogos Pan-americanos.
No caminho até os Jogos Olímpicos Paris 2024, Bia Ferreira vai mesclando as características dos dois tipos de boxe, que, segundo ela, apresentam intensidades iguais, mas durações de treinos específicos e de lutas diferentes. Para ela, conciliar os dois veio de uma escolha instigante após a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
“Eu tinha passado por um ciclo de muitas vitórias, então pós Tóquio eu precisava de um incentivo, estímulo, uma adrenalina diferente. Quando surgiu a possibilidade do profissional eu fiquei cautelosa, porque não havia planejado no momento, mas eu sempre falo que minha vida é louca, porque, quando me sinto desafiada, esqueço tudo e vou para cima. São os desafios que me mantém, sou muito competitiva”, contou.
“Esse desafio veio num momento muito bom, porque me deu um combustível a mais para Paris. Estimulou a me aprimorar mais a fim de mudar a cor da medalha para a mãe de todas, a de ouro. Além disso, vi a possibilidade de fazer mais história para o boxe feminino. Eu gosto de ser a primeira, de tomar a frente e incentivar. Sei que tem muita gente que pretende migrar para o boxe profissional e me vi na obrigação de puxar essa fila”, completou a pugilista.
Seja no olímpico ou no profissional, o certo é que a baiana está aproveitando o bom momento da carreira. E, se depender dela, virão muitas vitórias pela frente representando o Brasil.
“Estou muito feliz de fazer parte da equipe olímpica, de fazer parte da seleção brasileira, de representar minha equipe no boxe profissional, meu bairro, família, amigos. Fico muito feliz de representar o boxe feminino, de chegar aonde eu cheguei, da história que estou fazendo e de ser inspiração para outras pessoas. O boxe me proporciona coisas incríveis que jamais imaginei e sou muito grata ao esporte por isso. Agora é hora de retribuir tudo o que ele vem me proporcionando”, finalizou. (Fonte: COB)