Quem disse que, para conceber sutileza e elegância a um espaço, ele precisa ser composto apenas por referências neutras e discretas? Cores e desenhos são poderosos aliadas nos projetos na arquitetura de interiores, uma vez que são capazes de transmitir mensagens, estimular sensações e criar belíssimos efeitos visuais.
Nesse sentido, os azulejos coloridos retornaram aos projetos e, muito se espera que seja para ficar, por conta da expressão artística, versatilidade, leveza e a capacidade de transformar ambientes. Mas como empregar, sem exagero, e não o deixar datado, como as referências que identificamos em décadas passadas?
De acordo com o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio (@brunomoraesarquiteturastudio), a proposta é sempre trazer o azulejo colorido com a finalidade de criar pontos focais, acentuar áreas específicas ou mesmo revestir, por completo, paredes e móveis, sempre com a proposta de revelar atmosferas singulares em cada espaço.
“Não apenas os azulejos em si, mas as cores vivas ganharam abertura na arquitetura de interiores, especialmente no período pós pandemia, quando uma grande maioria refletiu sobre a importância de contar com uma cartela variada de tons, e não apenas os neutros, como no passado. E essa ressignificação foi reintroduzida em vários elementos, tanto quanto os revestimentos, como pinturas e marcenarias, entre outros”, enumera.
Os azulejos coloridos são frequentemente assentados em áreas sujeitas a umidade, como cozinhas e banheiros, devido a sua resistência à água e facilidade de limpeza. Aliás, cada tipo de revestimento requer cuidados específicos, que vão desde o processo de instalação, a manutenção, por conta de recomendações de impermeabilização, por exemplo, e na limpeza – que comumente deve ser feita com água e sabão neutro como forma de evitar problemas ou danos ao material.
De acordo com o arquiteto, não é necessário limitar o uso do material a espaços úmidos. Esse tipo de recurso – incluindo ladrilhos e porcelanatos –, é versátil o suficiente para ser aplicado em diversos ambientes como áreas de serviço, assim como em áreas de convívio e lazer, como as salas de estar ou jantar, desde que a combinação das cores seja cuidadosamente planejada. Não há restrições significativas quanto ao seu uso, portanto, pode estar presente em toda a residência, viabilizando um resultado estético e funcional super satisfatório.
Requisitos para obter um resultado incrível
Configurar uma paleta de cores equilibrada é um requisito fundamental e recorrer a revestimentos modernos é uma dica de ouro para tornar a decoração mais ousada e criativa. O arquiteto Bruno Moraes recomenda que, se o caminho for a opção por tonalidades contrastantes, há de se prezar pelo equilíbrio para não errar na mão.
“A escolha de cores acompanha as preferências dos moradores com base no estilo e nas preferências pessoais. Além de transmitir a personalidade, esse cuidado é valioso para que, mais adiante, não se sintam cansados do revestimento”, analisa.
A decisão pelo revestimento deve ser feita após uma análise detalhada que engloba elementos como mobiliário, tecidos, cortinas e marcenaria. Conforme qualifica o profissional, é crucial considerar todos esses aspectos a fim de eliminar equívocos e assegurar a harmonia.
A paginação é sistematicamente incorporada no projeto, uma vez que sua inclusão é imprescindível para a compra do revestimento, evitando o desperdício de peças adquiridas em excesso ou a escassez de materiais. Consequentemente, a impressão da paginação é transportada para o canteiro de obras e replicada no chão ou na parede de forma idêntica ao plano original.
Normalmente, quando se trata de peças cerâmicas com desenhos e coloridas, é requerida uma prudência meticulosa, por parte do instalador, para que as direções e elementos gráficos estejam alinhados com exatidão para compor o desenho integral. “Isso difere substancialmente da instalação de peças coloridas idênticas entre si, que são consideravelmente mais simples” finaliza Bruno.