Wanderlei Gomes de Souza e Patrícia dos Santos Carolino: ele tinha 35 e, ela, 34, quando receberam a notícia. Vocês serão avós. A filha Kayne Carolino de Souza estava grávida com apenas 16 anos. A primeira reação não poderia ser outra. “De imediato foi um choque, foi um desespero, choro, um caos por ela ser adolescente. Tínhamos muitos planos, como faculdade intercâmbio, cursos, trabalhos. Acho que mistura o sonho dos pais também, era a única filha mulher, a mais velha. E todo pai quer o melhor para os filhos”, contou a vovó Patrícia Carolino.
Após serem informados de que chegaria mais um membro para a família, os avós relatam que a união da família e a fé em Deus os ajudaram a enfrentar os desafios. “Foi o caminho que segui, eu pensei: tenho que segurar na mão de Deus para até mesmo ajudar meu marido, que foi quem se chocou mais. Fomos nos fortificando. Os irmãos vieram e conversaram, todo mundo quis ajudar e passamos por essa fase”, disse Patrícia, que é comerciante e sempre conciliou trabalho, os filhos pequenos e a chegada do primeiro neto.
O primeiro passo foi conversar, apoiar o momento da filha, que continuou morando com os pais, sem deixar afetar sua rotina nos estudos. Os pais foram à escola, conversaram com os professores e a jovem concluiu o ensino médio em meio à turbulência de se tornar mãe precocemente.
Ah, mas e quando o bebê chegou? Kauê de Souza nasceu no dia 18 de março de 2011 e realmente tudo mudou, tudo se transformou na vida de todos.
“Foi uma alegria imensa, na gestação ainda tinha um ressentimento, caras fechadas, amarguradas, mas quando o Kauê chegou em nossas vidas, tudo mudou para melhor, o vô virou babão, a vó babona, tias corujas. Todos o receberam com muito amor”, exclamou a avó.
E os avós, que além de Kayne tinham os filhos Gabriel e Rafael, ainda pequenos, de oito e cinco anos na época, se tornaram um misto de pais e avós do pequeno Kauê. “Ser mãe duas vezes. No meu caso, foi mesmo, porque quando ele nasceu, tínhamos os dois filhos pequenos que cresceram juntos. Quando saía e ele falava ‘vovô’, as pessoas se assustavam e diziam que achavam que era filho”, contou.
Com o passar dos anos, a alegria foi só aumentando e provando para a família que tudo aconteceu como tinha que ser. “Naquela época, a gente ficou triste, mas Deus sabe o que faz. Ela se tornou mãe cedo, mas com uma mentalidade genial de mulher madura, era criança e se tornou uma mãe exemplar. Mesmo na adolescência, virou uma mãezona, sempre cuidou do filho. Não temos o que reclamar. Terminou os estudos, fez faculdade e é madura e bem decidida no que quer fazer.
Não tivemos preocupação de filha na balada, namorando com várias pessoas. Foi superado por todos nós, ela superou a barreira na vida dela. Temos muito orgulho da nossa filha e neto. Foi um deslize que nos trouxe a felicidade”, declarou o avô Wanderlei.
Hoje, o pequeno Kauê está com oito anos, continua sendo o chamego de todos na família e muito apegado aos tios, que hoje estão com 15 e 12 anos.
“Se vamos passear, vai todo mundo junto. É uma bênção em nossa casa. Dizem que Deus escreve certo pelas linhas tortas, mas ele escreveu nas linhas certas. Tinha que ser dessa maneira, na hora a gente chora e questiona, mas não somos nós que escolhemos. Deus sabe o que faz por nós e somos muito felizes hoje”, finalizou a orgulhosa vovó Patricia.