Natural de Rio Claro, Mateus Barbetta, de 20 anos, é desses que aspira uma das maiores – senão a maior – virtude da juventude: o sonho. Mas não qualquer sonho. Trata-se destas projeções que impulsionam a vida e dão sentido para quem nela caminha. Aliás, coloque ‘impulso’ nisso! Desde muito novo, Mateus conta que queria ser jogador de futebol.
Aos cinco anos de idade, ingressou na escola de futebol do Showbol FC (sub-9 até sub-15), em Rio Claro. Lá foi onde aprendeu os primeiros passes e chutes para definir o que seria, hoje, sua atual posição na atividade futebolística: zagueiro-esquerdo. “Desde muito cedo eu sonhava em ser um jogador de futebol e quanto mais eu me esforçava, as pessoas ao meu redor me diziam sempre: que eu tinha potencial e talento. Sendo assim, cada vez mais eu me dedicava e acreditava que seria possível sim eu alcançar esse meu sonho.”
Em 2012, o time conseguiu ser campeão no Campeonato Municipal rio-clarense, pela categoria Pré-mirim. Com 15 anos, o jogador seguiu nos gramados pelo Amparo Athlético Club (sub-15), com quem rememora com grande emoção sua primeira entrevista em campo, pelo Campeonato Paulista, contra a equipe do XV de Piracicaba, no estádio Barão de Serra Negra, na terra piracicabana.
“Em um dos jogos do Campeonato Paulista, contra o XV de Piracicaba, fiz um gol olímpico e dei minha primeira entrevista após o jogo. Quanta emoção foi naquele Estádio tão renomado que é o Barão de Serra Negra”, conta emocionado. Mas, se por um lado o jovem atleta alimentava seu sonho, de outro a vida também lhe rendeu outra oportunidade em uma área diferente do que se esperava e estava por vir.
PAUSA E RETORNO
“Com 17 anos, teve um momento da minha vida que optei por parar um pouco com o futebol e resolvi trabalhar em um supermercado da cidade. Ao completar 18 anos, depois de um ano trabalhando lá, resolvi voltar a jogar. E retornei, então, aos campos com 19 anos”, afirma Mateus. Os motivos pessoais que levaram o atleta à situação anterior não diferem, em nada, de outros companheiros de classe e de outros esportes.
A persistência junto da fé, porém, venceram sobre a realidade instável. “Muitos me incentivaram e me disseram pra eu ‘correr atrás’. Não nego que poucos realmente colocaram fé em mim, porém continuo firme crendo nas promessas de Deus pra minha vida.” Na fala do jogador, o famoso texto paulino, “Tudo posso naquele que me fortalece”, endereçado aos Filipenses [cap. 4, v.13], também se faz presente.
Entre os “pontos positivos”, segundo Barbetta, a família também recebe grande destaque por ter continuado no esporte, o sonho de se tornar profissional no futebol e, por fim, continuar. “Meus pais e minha irmã sempre estiveram ao meu lado. E agora minha noiva também. Eles me apoiam por demais, isso tem sido extremamente importante na minha carreira”, pontua.
Depois da pausa momentânea, o jogador rio-clarense retomou as atividades – como dito anteriormente – investindo no Amador. Começou pela equipe do Força Jovem, no qual conseguiu a destreza de chegar até o final da Série Prata do Campeonato Amador, em 2019. Dali, Mateus seguiu para a equipe do Novo Wenzel, até que novos ventos sopraram ao seu horizonte.
EXTERIOR
Existem coincidências que não se explicam. Alguns hão de atribuir a Deus. Outros aos astros. O fato, no entanto, é que Mateus Barbetta conheceu Victor Oliveira, com quem jogou no Showbol FC, o que facilitou a ponte para que o jogador pudesse jogar, hoje, em Portugal, pelo português Armacenense. “Nos conhecemos na época do Showbol FC. Sabia que ele tinha jogado em Portugal e, me mostrando interessado, comecei a perguntar ‘Como ele conseguiu ir a Portugal’, ‘Através de quem’, até que ele me apresentou o Gabriel.”
O Gabriel em questão trata-se de Gabriel Persi, empresário da Top Sports Agency, que também agenciava o Victor. “Como tínhamos jogado juntos, Victor falou muito bem de mim e então Gabriel foi me ver jogar. No fim, acabou dando tudo certo para eu vir.” Isso mesmo, “vir”. O atleta se encontra pelo país desde agosto deste ano treinando pelo Clube Armacenense às segundas, quartas e quintas-feiras, das 19h às 22h de lá.
E embora seja recente, o mesmo já pode bater no peito e afirmar que marcou pelo time. “Foi contra o Portimonense B, onde fiz um gol e a casa estava cheia. Muita emoção pude sentir vendo a alegria da torcida toda vibrando conosco. É algo indescritível”, diz com emoção.
Ao ser questionado sobre seu futuro, com tantas coisas que aconteceram nos últimos anos, Mateus afirma: “Eu me sinto completo e realizado quando penso em minha profissão. Profissionalmente, eu não me vejo fazendo outra coisa em minha vida. A paixão pelo futebol me motiva todos os dias a lutar e cada vez mais correr atrás dos meus objetivos. Minhas expectativas agora são enormes e sei que serão todas alcançadas no tempo que Deus já tem preparado pra minha vida. Com muita fé, força, perseverança e paciência, continuarei conseguindo todos os meus objetivos…”.
Reticências que demonstram, na língua, o suspiro. Algo humano que traduz a esperança. E guarda na história uma bagagem inteira de vitórias, perdas, conquistas, experiências e, sobretudo, a fé.